O verde em São Paulo

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Já começou a ser feita a compensação ambiental pela obra de ampliação da Marginal do Tietê. As Subprefeituras da Lapa, Casa Verde, Pirituba, Freguesia do Ó, Santana, Sé, Mooca e Vila Maria plantaram 24 mil mudas de árvores nas ruas dos bairros próximos da via. Ao todo, serão 83 mil exemplares. Além disso, outras 4,9 mil mudas serão plantadas na própria Marginal que, assim, terá duplicada sua vegetação.

 

A Prefeitura terá ainda de fornecer mais 63 mil arvores para a Área de Proteção Ambiental do Tietê, para serem plantadas na estrada e na ciclovia do Parque Linear do Alto Tietê, desde a Penha até as nascentes do rio, em Salesópolis. O objetivo é reduzir o impacto das enchentes, oferecer espaços de lazer e opções culturais em regiões carentes.

 

O trabalho das subprefeituras inclui a construção de calçadas verdes nos bairros próximos da Marginal do Tietê e passeios planejados para terem faixa de grama ou jardim, além das árvores. Isso aumenta a permeabilidade do solo às águas da chuva, o que alimenta o lençol freático.

 

A Prefeitura de São Paulo está, de fato, empenhada na melhoria da arborização urbana, que, além de enriquecer a paisagem da cidade é essencial para a melhoria da qualidade ambiental e da saúde pública.

 

Em 2009, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e as subprefeituras plantaram 209.949 árvores na cidade, seguindo as diretrizes do Programa Municipal de Arborização Urbana que, em boa parte, atende às compensações ambientais exigidas por obras públicas. Nos últimos quatro anos, 800 mil mudas foram plantadas.


A arborização urbana começou a despertar o interesse dos europeus no século 17, quando Berlim criou a Alameda Unter den Linden, ligando a cidade ao parque de caça. No Brasil, a preocupação com a arborização das cidades começou cem anos depois, quando d. Pedro II convidou o paisagista Auguste François Marie Glaziou para ocupar o cargo de diretor-geral de matas e jardins. Seu trabalho deixou, em cidades como o Rio de Janeiro, passeios públicos com grande influência europeia.

 

De lá para cá, o meio ambiente urbano e suas áreas verdes ganharam importância nos planos diretores das cidades. Mas, sem muita consequência prática, o processo desenfreado de urbanização das últimas décadas sufocou a vegetação, sem nenhuma compensação.

 

A arborização urbana assegura o sombreamento das edificações e das suas redondezas, além de influenciar no controle da ventilação e da umidade. As árvores interceptam, refletem e absorvem a radiação solar. São especialmente importantes numa cidade como São Paulo, que priorizou o asfalto e negligenciou as políticas habitacionais, permitindo a invasão de áreas de proteção ambiental e de preservação de mananciais, o que resultou num prejuízo incalculável ao meio ambiente.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as cidades tenham, no mínimo, 12 metros quadrados de área verde por habitante. Dados da Secretaria de Planejamento da Prefeitura de São Paulo mostram que, das regiões administradas pelas 31 subprefeituras, apenas 10 ultrapassam esse índice mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

 

A Secretaria do Verde e do Meio e do Ambiente da Prefeitura estima que até 2012, cada um dos 96 distritos da cidade de São Paulo conte com pelo menos um parque. Desde 2005, foram criados 32.

 

Praças e parques são fatores de integração da comunidade e amenizam a poluição atmosférica, sonora e visual. Experimentos científicos mostram que uma cortina vegetal é capaz de reduzir em 10% a poeira do ar. As árvores reduzem o ruído resultante do trânsito, das atividades produtivas e das construções. Em bairros com várias opções de áreas verdes, a saúde é melhor e a qualidade de vida, maior.

 

Portanto, o aumento da vegetação urbana deveria compensar não apenas o impacto provocado pelas novas obras, como também os anos de descaso com o meio ambiente.

 

Veículo: O Estado de São Paulo

 


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