Mesmo com a crise mundial assustando a economia em 2009, a indústria de eletroeletrônicos no Brasil fechou o ano com 20 milhões de unidades de produtos vendidos, recorde histórico do setor que dobrou a saída dos itens, principalmente os da linha branca, que englobam fogão, geladeira, lavadora e micro-ondas.
Estudo feito pela Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de eletroeletrônicos ) compara o índice com as vendas de 2005, um dos melhores do segmento na década e onde foram vendidos menos que 9 milhões de peças.
As boas notícias não param por aí. Mesmo com a volta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o setor de eletrodomésticos trabalha para melhorar em 10% as vendas, aproveitando o bom momento econômico nacional. "Este ano o crescimento está melhor do que no ano passado. Apesar de termos registrado melhora de 10% em 2009 quando comparado a 2008. Temos acumulado até aqui crescimento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado", conta Edson Rodrigues, gerente de compras de bazar e eletros da Coop.
Segundo o executivo com a volta do imposto, as apostas até o fim do ano são os televisores LCD e plasma, que caíram no gosto popular, graças à proximidade da Copa do Mundo, paixão nacional. "A Copa nos dá sustentabilidade. Existe a contrapartida, cai a linha branca e sobe o faturamento da empresa com os LCDs."
FATURAMENTO MAIOR - A expectativa das grandes redes varejistas é aumentar em 110% o faturamento com o produto. E a elevação das vendas já é notada pelas lojas. Em abril, o Carrefour aumentou em 60% a saída de equipamentos de 32 polegadas, além de aparelhos com conversor integrado e Full HD.
O segmento também celebra a disposição dos clientes em gastar mais em datas comemorativas. No Dia das Mães, o Pão de Açúcar registrou 20% mais de saída nos produtos da linha branca e espera elevar em 50% a procura por computadores no Dia dos Namorados.
Classes C e D foram as maiores consumidoras do ano passado
As classes C e D, que somam rendas de até R$ 1.820 na região, foram as que mais estiveram ativas no mercado em 2009. Segundo estudo feito pela Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos eletroeletrônicos), os consumidores de menor poder aquisitivo foram estimulados pelo crédito, prazos de financiamento e também pela redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
"Sentimos no ano passado o aumento do consumidor que busca produtos que antes eram restritos a algumas camadas da sociedade. Hoje, encontramos distribuição democrática dos eletrodomésticos, como computadores, máquinas fotográficas, celulares, encontramos isso em todas as casas, independentemente de em qual cidade ficam", avalia Sidnei Muneratti, presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André).
Muneratti afirma ainda que o aumento do número de trabalhadores formais e a volta de muitos servidores ao mercado de trabalho têm animado o varejo. "Sem dúvida, as pessoas estão mais confiantes até em questão da melhoria do poder aquisitivo", confirma o gerente de compras da Coop, Edson Rodrigues.
Além do apelo nas classes mais baixas, o público de maior poder aquisitivo também foi às compras em 2009 ajudando a melhorar o índice de vendas do setor de eletrodomésticos. Segundo o estudo, eles procuravam, no ano passado, produtos que consomem menos energia.
Veículo: Diário do Grande ABC