Empresas apostam em feiras para ampliar as exportações

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O posicionamento do Brasil frente a crise financeira tem aberto portas para os empresários brasileiros, afirmam entidades ligadas ao setor. De acordo com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o crescente mercado interno do País e a quebra nas barreiras financeiras enfrentadas pela crise abre oportunidades para que empresas brasileiras possam aumentar o fornecimento de produtos ao mercado externo.

 

Estudo da Agência Brasileira de Promoção das Exportações (Apex-Brasil) destaca os setores como alimentos, construção civil, móveis, têxtil e vestuário e máquinas e equipamentos, que possuem maior sucesso no mercado internacional.

 

Segundo o analista da área de inteligência comercial da Apex João Pimenta, que apresentou o levantamento, as empresas que pretendem ingressar nesse mercado devem criar suas estratégias de acordo com o público.

 

Dentre os eventos que acontecem para ampliar as relações comerciais do Brasil com o mundo está a Feira Internacional de Luanda, em Angola, que ocorrerá de 20 a 25 de julho. A Apex está organizando o pavilhão do Brasil no evento. Em 2009, as 43 empresas brasileiras participantes realizaram negócios da ordem de 31 milhões de dólares.

 

O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Médico-Hospitalares e Odontológicas (Abimo), Hely Maestrello, afirmou que os negócios após o destaque do Brasil tem sido maiores e mais lucrativos. "As empresas de outros países começaram a ver o Brasil como uma nação que produz mais do que alimentos, que tem tecnologia de ponta e qualidade nos produtos e serviços oferecidos", pontuou.

 

Segundo Maestrello, durante a participação das sete empresas brasileiras na 63ª China International Medical Equipment Fair, o principal encontro setorial do país, foram fechados 567 contratos com um movimento de US$ 38 mil, e para os próximos 12 meses a expectativa é de alcançarem US$ 1,4 milhão.

 

De acordo com o diretor da Abimo, o momento do Brasil é promissor, somos o sexto mais importante mercado de saúde do mundo, e dentro de dois anos estaremos entre os cinco primeiros.

 

" O governo está dando bastante atenção ao setor de saúde e já sentimos uma melhora na fabricação do produto, investimentos em certificação e inovação tecnológica. Hoje exportamos mais do que importamos, nosso plano é aumentar o número de países importadores para além dos 150 que já temos hoje", frisou.

 

O próximo foco serão Índia e Estados Unidos, posteriormente também querem ampliar as vendas para a África.

 

Mesmo com as dificuldades enfrentadas na União Européia, a Alemanha ainda é um potencial comprador de produtos brasileiros este ano, afirmou o presidente da IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional e coordenador do Encontro Econômico Brasil-Alemanha, Ingo Plöger.

 

"Com a crise houve uma queda nas compras de máquinas e equipamentos, que são o carro chefe do consumo no país. Produtos do agronegócio, café, suco de laranja entre outros produtos deste setor continuam frequentes dentro do mercado. O que fomos afetados foi pela exportação de peças brasileiras ligadas ao setor de máquina e equipamentos. Só se o nível de desemprego aumentar na Alemanha, aí sim, deixa de ser um potencial comprador", disse.

 

De acordo com Plöger o comércio entre pequenas e médias empresas deve crescer. "As PMEs oferecem um serviço diferenciado com produto especializado e com inovação por isso terão um destaque especial nas rodadas de negócios durante o encontro de 2010, que acontece em Munique, entre 30 de maio a 1º de junho."

 

Dando continuidade ao Projeto Comprador, a Câmara Árabe pelo 2º ano consecutivo, organizou uma Rodada de Negócios Internacional entre exportadores brasileiros e importadores árabes. Conforme explicou a gerente de comércio exterior, Kika Barros, o evento possibilita que os empresários entrem no mercado do Oriente Médio sem os custos das viagens e participações em feiras internacionais, além de abrir portas com maior facilidade, uma vez que somente são aceitos parceiros previamente indicados.

 

"Diversas empresas vieram negociar com os três maiores distribuidores do Oriente Médio, dentre eles, tivemos a JBS, Garoto, Pepsi do Brasil, Cargil, Bigfrango, Gomes da Costa. As empresas já projetaram contratos de US$ 2,4 milhões de imediato e mais US$ 6 milhões nos próximos 12 meses. As empresas brasileiras não teriam acesso a este nível de empresários, pois são pessoas que só atendem com indicação, no qual entra a Câmara, auxiliando e facilitando as negociações", ponderou Barros.

 

Veículo: DCI


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