Lupo se aventura no mundo dos esportes

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Tradicional fabricante de meias se prepara para lançar artigos esportivos e brigar com gigantes internacionais do setor

 

Tradicional fabricante de meias, a Lupo decidiu, nos anos 90, começar a diversificar a linha de produtos. Foi assim que lingeries, pijamas e cuecas entraram no portfólio. Agora, a empresa se prepara para brigar em um setor dominado por gigantes internacionais: o mercado de artigos esportivos. Em agosto, a companhia vai lançar a SportLupo, marca com 35 itens, como shorts, tops, camisetas, agasalhos, mochilas, bonés e - naturalmente - meias.

 

Para dar visibilidade à nova linha, a Lupo vai investir R$ 5 milhões na campanha de lançamento. A companhia pretende vender os novos produtos aos 35 mil lojistas que já atende no País. As 175 lojas próprias também vão comercializar parte da linha. Mas como as unidades são pequenas para abrigar todo o mix de esportes, a empresa planeja abrir lojas da SportLupo a partir do primeiro trimestre do ano que vem.

 

O preço é parte importante da estratégia para conquistar mercado. "Nossos produtos serão 15% a 20% mais baratos que os similares internacionais", diz Valquírio Cabral Júnior, diretor comercial da companhia. Boa parte da nova linha será produzida na fábrica da empresa, em Araraquara (SP). Tops e camisetas, por exemplo, sairão das máquinas para confecção sem costura, que já produzem roupa íntima. Outros itens serão terceirizados ou importados, caso das mochilas. A projeção de faturamento com a SportLupo é de R$ 40 milhões em 2011, cerca de 8% das vendas totais.

 

Para Liliana Aufiero, presidente da Lupo desde 1993 e neta do fundador, lançar novos produtos com frequência é uma imposição do mercado. "Na época do meu avô, esperava-se as novidades chegarem da Itália de navio. Hoje, o mundo é outro, tudo evolui rapidamente, e as coleções precisam acompanhar", afirma.

 

Para ela, o investimento em artigos esportivos é ainda uma oportunidade de "rejuvenescer" a marca criada há quase 90 anos. A empresa cogitou lançar os artigos esportivos com uma marca diferente - tinha na manga o nome Walk, que batiza uma linha de meia esportivas -, mas optou por apostar suas fichas na tradição. "Foi uma decisão apostar na Lupo. Vamos buscar manter nossa tradição de qualidade e preço e, ao mesmo tempo, estar na moda e oferecer o produto adequado", diz Liliana.

 

Na visão de Marcos Machado, diretor da consultoria Top Brands, há riscos envolvidos na empreitada da Lupo, uma vez que o consumo de produtos esportivos, especialmente de marcas como Nike, Adidas e Puma, envolve mais do que a qualidade. "Existe um código emocional. A imagem de qualidade em um setor não é necessariamente passaporte para o sucesso em outro", diz o especialista. Machado afirma, porém, que o preço pode ser uma forma de posicionar a Lupo no setor esportivo. "Qualidade em si não vende. É preciso construir um ponto de diferencial."

 

Olho no futebol. Para ganhar visibilidade, a Lupo também aposta em patrocínios e fornecimento de material a times de futebol: hoje, jogadores de clubes como Guarani, Náutico e São Caetano usam SportLupo da cabeça aos pés. A estratégia foi iniciada pela agremiação da cidade da empresa, a Ferroviária de Araraquara.

 

Para Eduardo Corch, diretor de planejamento da Off Field, agência de promoção especializada em futebol, a disputa pelo patrocínio de times é forte entre as marcas esportivas e é uma boa oportunidade para as companhias nacionais. Dentro dessa tendência, ele cita o caso da Olympikus, da Vulcabrás, que fornece material para o Flamengo, tendo desbancado a norte-americana Nike na renegociação do contrato, em 2008./ F.S.

 

Veículo: O Estado de São Paulo


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