Atacados garantem economia de até 20%

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Melhora da economia também contribuiu para o aumento de 300% no número de pontos de venda no Brasil

 

Comprar mais e gastar menos é o desejo de todos os consumidores. E com a economia crescendo, mais brasileiros estão recorrendo às compras por atacado, que podem garantir um gasto até 20% menor. Por conta dessa realidade, o número de atacadistas no país cresceu 300% nos últimos dez anos, segundo informações da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

 

Para João Sanzovo Neto, presidente da Apas, o motivo desse crescimento se dá pelo aumento do setor de vendas e pela mudança de costume dos próprios brasileiros. Antes, eles não tinham poder de compra suficiente para levar uma grande quantidade de produtos de uma única vez. Com a economia em alta, essa realidade mudou.“Algumas pessoas preferem gastar de uma vez só e economizar no fim do mês”, acredita.

 

Segundo a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), os chamados “atacarejos” estão atraindo cada vez mais consumidores que antes compravam apenas em supermercados ou pequenos comércios. Comprar grandes quantidades de feijão e açúcar, por exemplo, é uma ótima opção para quem tem uma família maior ou divide os alimentos com os amigos, já que o prazo de validade dos itens é longo.

 

Enquanto um saco de cinco quilos de arroz é vendido nos supermercados por R$ 10, no atacado eles custam cerca de R$ 8 cada unidade. Já quem deseja comprar os produtos no varejo, o valor, na maioria das vezes, é o mesmo dos supermercados.“As principais redes já têm suas divisões de atacado. A economia chega a 20%”, diz Carlos Severini, presidente da Abad.

 

Atento à essa nova realidade, o Walmart, rede internacional de supermercados, tem dois estabelecimentos especializados em atacado: o Sam’s Club e o Maxxi. O primeiro é um clube de compras mais focado nas classes A e B, já o Maxxi é um atacadista aberto onde os consumidores (pessoas físicas) podem adquirir os produtos sem a necessidade de um cadastro.

 

Diferentemente dos atacados voltados a lojistas, o Maxxi tem setor de açougue, frios, laticínios, legumes e frutas como nos mercados tradicionais.

 

As diferenças estão na forma de comercializar e divulgar os produtos. Ao contrário das grandes redes tradicionais de supermercados, não há eletrônicos, brinquedos e artigos de decorações. Apenas caixas e estoque de produtos. Outros estabelecimentos que oferecem os mesmos serviços são o Assaí, Tenda e Roldão.

 

De acordo com a Abad, no ano passado o setor atacadista faturou R$ 131,8 bilhões — o que representa um crescimento de 4,1% em relação ao ano anterior — e atualmente emprega cerca de 246 mil funcionários.

 

Apesar dos descontos, o presidente da Apas destaca que o serviço dos atacados é inferior ao oferecido pelos supermercados. “Antes de escolher onde fazer as compras, é bom lembrar que nos atacados não há empacotadores e auxiliares como nos estabelecimentos tradicionais. Além disso, nem todos os produtos são mais baratos. Por isso, o consumidor precisa pesquisar bastante antes de comprar”, aconselha Sanzovo Neto

 

Consumidores compram mais para gastar menos no final

 

Para fazer o salário render mais no fim do mês algumas famílias estão abrindo mão dos tradicionais supermercados para investirem nos atacados, onde compram mais de uma vez só.

 

Esse é o caso da dona de casa Cleidelene Beliza Leite, de 26 anos, que divide uma casa com mais 11 parentes. “As compras do mês davam R$ 800 nos supermercados tradicionais. Comprando em maiores quantidades nos atacados, eu gasto um pouco mais da metade desse valor”, afirma ela.

 

Segundo Cleidelene, os principais vilões do orçamento familiar são o feijão, o arroz e as carnes. “Gastamos seis sacos de arroz por mês. Se pagasse o preço normal nos produtos gastaria muito mais do que posso”, fala.

 

Apesar das vantagens financeiras dos atacados, ela não deixa de conferir os panfletos de supermercados para aproveitar as promoções. “Venho direto no atacado porque nas comparações de valores que fazemos em casa eles são sempre os mais baratos”, comenta a dona de casa.

 

O operador de ferramentas Tino Fernandes, de 40, aproveita os descontos do atacado para comprar produtos de limpeza, higiene pessoal e carne em grandes quantidades. “Divido as compras entre os supermercados tradicionais e os atacados. Faço as compras de acordo com o valor dos produtos”, destaca.

 

“Marinheiro de primeira viagem” nas compras em atacados, o aposentado se surpreendeu com a variedade de produtos vendidos nesses estabelecimentos. “Vim apenas para comprar duas caixas de leite, mas gostei bastante da diversidade de produtos oferecidos”, ressalta.

 

Otimista, o aposentado conta que vai incluir os atacados na lista dos estabelecimentos que frequenta para faze as compras do mês. “Não costumava pesquisar valores em supermercados, mas agora vou tentar analisar bastante antes de comprar qualquer coisa”, diz ele.

 

 

Faça as contas nos mercados

 

Apesar de os atacados garantirem até 20% de economia no valor total das compras, de acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), nem todos os produtos vendidos nesses estabelecimentos são mais baratos. “O ideal é pesquisar preços em diversos locais e analisar a validade dos produtos antes de comprar em grandes quantidades”, aconselha Ana Cristina de Faria, professora de ciências contábeis da Universidade São Judas Tadeu (USTJ).

 

Além disso, nem todos os atacadistas são abertos a pessoas físicas. Alguns requerem o cadastramento de uma empresa, outros exigem que a pessoa faça parte de um clube — em que os integrantes pagam uma anuidade de R$ 45 por mês — já os demais são abertos para qualquer consumidor que compre em grande escala. “Nem todos os atacados são baratos. Por isso, fico de olho e pesquiso os preços em outros locais ”, diz o vendedor João de Oliveira, de 64.

 

Veículo: Diário de S.Paulo

 


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