Brasil precisa regular biocombustível e priorizar alimentos

Leia em 2min

Apesar do avanço das lavouras de cana-de-açúcar sobre áreas destinadas à pecuária e à agricultura nos últimos anos, uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentada ontem afirma que o País não vai perder potencial como produtor de alimentos em função desse crescimento.

 

Para isso, no entanto, o estudo Biocombustíveis no Brasil: Etanol e Biodiesel ressalta a necessidade de o Estado regular a fabricação de etanol e priorizar a produção de alimentos com financiamento e infraestrutura.

 

O documento apresenta como um dos grandes desafios do mercado de etanol a estabilidade dos preços, que atualmente apresentam forte volatilidade durante o ano. Além da formação de um grande estoque regulador a partir deste ano, que estará contemplado com R$ 2,4 bilhões no próximo plano safra, outras medidas para evitar tais oscilações são a consolidação das compras futuras e a liberação da alíquota para importação de etanol, que era de 20% e foi suspensa pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) no início de abril.

 

O mercado internacional de etanol, segundo a pesquisa, poderá atingir 200 bilhões de litros nos próximos dez anos. Na última safra, o Brasil produziu 25 bilhões de litros, dos quais 4,7 bilhões foram exportados. O protecionismo aos mercados externos, entretanto, pode apresentar um empecilho a essa expansão, de acordo com o Ipea.

 

Para contrapor os argumentos protecionistas, que se referem à sustentabilidade socioambiental, o estudo mostra que algumas iniciativas importantes devem ser reforçadas, como o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar, entre sindicatos, governo e usineiros; e o Zoneamento Agroecológico (ZAE) da Cana, que proíbe sua expansão e a instalação de novas usinas na Amazônia, no Pantanal e na Bacia do Alto Paraguai.

 

Protecionismo

 

O estudo do Ipea aponta ainda que existe uma tendência protecionista para o setor de biocombustíveis, que dificultará os negócios de empresas brasileiras. O documento indica que mercados importantes - como a União Europeia (UE) e os Estados Unidos - devem privilegiar a produção doméstica antes de recorrer às importações.

 

Segundo a pesquisa, grandes empresas desses países - que já dominam o mercado mundial de produção de etanol - também tendem a produzir cada vez mais em terras brasileiras e em regiões em torno do Equador para atender a seus mercados de origem.

 

Veículo: DCI

 


Veja também

JBS inova e entra em margarina e perfumaria

A JBS-Friboi deve abrir uma unidade no município de Pirapozinho (SP) para a produção de margarinas,...

Veja mais
Intenção de consumo dos paulistas sobe 3% em maio

A intenção de consumo das famílias paulistas teve alta de 3% em maio, atingindo 135,4 pontos, ante ...

Veja mais
Brasil e Turquia assinam hoje acordos para agilizar comércio

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, se encontra hoje com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lu...

Veja mais
Os empreendimentos sustentáveis

A sustentabilidade tem de estar presente no dia a dia, com práticas ambientais e uma operação suste...

Veja mais
Porto de Paranaguá é principal entrave ao agronegócio no PR

Movimentação de produtos agrícolas mais que dobrou em dez anos, mas, apesar das obras, problemas co...

Veja mais
Hypermarcas registra lucro e programa negociar ações no mercado americano

Após estrear na Bovespa no primeiro trimestre do ano, a Hypermarcas anunciou que terá ações ...

Veja mais
Publicitários premiam "onda verde"

Indústria da comunicação discute em Minas práticas ecologicamente corretas.   Sustent...

Veja mais
Perspectivas e problemas da indústria do plástico

A indústria brasileira de transformação do plástico, terceira geração da cadei...

Veja mais
Brasil sabe como retaliar barreiras da Argentina

Se ação do país vizinho prejudicar relações de comércio, governo brasileiro ad...

Veja mais