Relatório da AgraFNP sobre a indústria de leite brasileira - The Brazilian Dairy Industry - , projeta que em 2017, as exportações brasileiras do setor representarão 7% do total produzido pelo país. No ano passado, os embarques do segmento esponderam por pouco mais de 3% da produção, segundo o estudo realizado por Richard Brostowicz, diretor do departamento de Business Intelligence da AgraFNP, e pela analista Margarita Mello.
Segundo o estudo, em 2007, o Brasil produziu 26,7 bilhões de litros de leite, e o equivalente em produtos a 940 milhões de litros foram destinados à exportação (leite em pó, condensado e outros). A projeção do estudo da AgraFNP é de que, em 2017, a produção nacional será de 36,8 bilhões de litros de leite, sendo que o excedente exportável alcançará 2,64 bilhões de litros.
Conforme o estudo, avanços em produtividade - e não expansão de área destinada à criação de gado leiteiro - devem permitir aumento da produção nacional. Enquanto isso, o consumo per capita de leite e derivados deve continuar praticamente estável (crescimento de 1% ao ano). Assim crescerá o volume disponível para exportação.
"A questão é saber como o Brasil aproveitará esse potencial", afirmou Brostowicz, em comunicado. Segundo ele, o principal desafio é a falta de tradição do Brasil no mercado internacional. "Por isso mesmo levam vantagem nesse processo as grandes empresas que já atuam no mercado de exportação", diz.
Hoje, o país o sexto maior produtor mundial de leite e nos últimos cinco anos, deixou de ser importador de lácteos e começou a vender ao exterior. Na avaliação da AgraFNP, embora o Brasil "ainda não seja considerado um importante player no mercado internacional, as perspectivas de crescimento são grandes".
Veículo: Valor Econômico