O governo do estado do Espírito Santo já tem um plano alternativo caso não consiga convencer a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre a necessidade de ampliar o programa de aprofundamento do canal do Porto de Vitória, já incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"Apresentamos o plano para a assessoria da ministra Dilma, mas ainda não obtivemos resposta. Se demorar mais, já estamos em conversações com os operadores do Porto de Praia Mole para a ampliação daquelas instalações e a organização de um terminal de contêineres", explicou ontem o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), em visita à capital paulista. O governador capixaba disse que a situação será resolvida em 30 ou 40 dias.
O Porto de Praia Mole é operado pelo consórcio Companhia Siderúrgica de Tubarão, Usiminas e Açominas. Também as siderúrgicas de Minas Gerais, tanto para desembarque de carvão metalúrgico como para exportação de produtos siderúrgicos. O terminal de carvão pode movimentar 8 milhões de t/ano e o de produtos siderúrgicos pode exportar até 5 milhões de t/ano.
A capacidade daquele porto de receber embarcações de maior calado resolveria parte dos problemas do Porto de Vitória. Hartung tenta, desde julho último, conseguir cerca de R$ 90 milhões para aprofundar o canal do Porto de Vitória de 12 para 14 metros, o que seria suficiente para receber nas instalações navios de grande capacidade. Para o governador, o investimento poderia "otimizar o porto e dotá-lo de capacidade de movimentação de cargas com mais competitividade".
Hoje o Porto de Vitória tem profundidade média de 11,5m e, por essa razão, navios de maior porte, que são mais utilizados no transporte de carga conteinerizada, não conseguem atracar nos vários berços do porto. E mesmo aqueles que conseguem atracar nem sempre podem deixar o cais com carga completa. Precisam sair com meia carga, por conta da limitação física do canal de acesso. Com a profundidade de 14 m, a expectativa é de que navios transportadores de contêineres possam chegar carregados e também sair do porto com carga completa, reduzindo os custos dos operadores e dos importadores e exportadores.
Veículo: Gazeta Mercantil