Casas Bahia prefere negociar pacote

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A Casas Bahia não aceitou de imediato a oferta de R$ 1 bilhão feita pelo Pão de Açúcar há cerca de um mês. O capital seria injetado na Globex, empresa onde foram reunidos os ativos das duas redes varejistas, para atender parte das reivindicações da família Klein, controladora da Casas Bahia. Segundo fontes próximas à negociação, os Klein temem aceitar ofertas "avulsas" do Grupo Pão de Açúcar e serem obrigados a ceder em pontos que consideram cruciais dentro do processo de renegociação da fusão.

 

"A Casas Bahia não está disposta a negociar por partes, quer que todos os pontos sejam analisados em conjunto, por completo", diz uma fonte que acompanha o caso. A oferta de R$ 1 bilhão permanece, mas será analisada dentro do contexto de reivindicações. Pouco depois do anúncio da fusão, em dezembro, os Klein pediram para rever o acordo, por não concordarem com três pontos críticos não esmiuçados no contrato original: a governança da nova empresa, a diferença da avaliação dos ativos de Casas Bahia e Ponto Frio e a liquidez das ações da Globex na bolsa.

 

Os principais escritórios que atendem as partes - Barbosa, Müsnich & Aragão, do lado do Pão de Açúcar, e Porto Advogados, que defende a Casas Bahia - têm gerado a cada dez dias relatórios para o comando das duas redes. Apesar de a Casas Bahia ter recusado a oferta num primeiro momento, o clima está ameno e espera-se um novo acordo para o início de julho.

 

"Ambos os lados estão flexíveis", diz a fonte. O Pão de Açúcar, detentor de 51% da nova empresa e principal interessado no acordo - que lhe daria a liderança absoluta no varejo nacional de móveis e eletrodomésticos -, cedeu ao aceitar rever e discutir todos os pontos críticos levantados pelos Klein, diz o interlocutor. "Mas a Casas Bahia também vem concordando em rever para baixo algumas das suas exigências iniciais".

 

Já ficou decidido que a Casas Bahia deve reter uma fatia maior dos recebíveis, na tentativa de corrigir o valor dos seus ativos (que teriam ficado subavaliados em R$ 1,4 bilhão). Para o Pão de Açúcar, seria possível ampliar o volume dos recebíveis em R$ 100 milhões. Já a Casas Bahia acredita que o valor poderia crescer em, pelo menos, R$ 200 milhões. Os Klein preferem valores que estão nas contas a receber e devem virar dinheiro a curto prazo. Com isso, o Pão de Açúcar abriria mão de parte da receita gerada com vendas.

 

Enquanto isso, as redes seguem em negociações comerciais distintas com os fornecedores. "O dia a dia se mantém como sempre foi, Ponto Frio e Casas Bahia fecham suas encomendas em separado", diz uma fonte da indústria. "A nossa expectativa é que os acionistas vão se acertar em breve".
 

 

Veículo: Valor Econômico


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