Varejo farmacêutico mantém foco em beleza

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Enquanto se discute a restrição da venda de produtos de autosserviço nas farmácias e drogarias, por decorrência da Resolução da Diretoria Colegiada RDC 44, que limita a comercialização de alguns itens nas lojas - como perfumaria e cosméticos -, redes do varejo farmacêutico continuam a oferecer produtos como esses a seus clientes. Elas entraram com liminar na justiça e reforçaram sua linha de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPC) para garantir rentabilidade, pois esses produtos representam em média 30% do faturamento.

 

"A tendência é de crescimento dos HPC, com destaque para os dermocosméticos, que garantem maior valor agregado nas vendas", afirma Edson Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácia (Febrafar). Outra entidade que difunde o setor é a Associação Brasileira das Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma), que contabilizou no varejo farmacêutico interno o giro médio de R$ 15 bilhões em 2009. Destes, R$ 10 bilhões vieram da venda de medicamentos, que teve aumento de 24,60% ante 2008, enquanto as vendas de não-medicamentos cresceram 24,11%.

 

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, o faturamento do segmento de cosméticos e higiene pessoal no Brasil, como um todo, atingiu R$ 21,6 bilhões em 2008, com taxa de crescimento de 13,5% nos últimos cinco anos. Diante deste cenário promissor e da concorrência com grandes redes de supermercados, como Grupo Pão de Açúcar (GPA), Carrefour e Walmart, que disparam em abertura de drogarias próprias, as tradicionais redes do setor, como Onofre, investem em agregar serviços de beleza, por meio de lojas denominadas megastores, que têm grifes nacionais e importadas de produtos de HPC e dermoconsultores para auxiliar clientes.

 

São cinco as megastores da rede, onde o faturamento de medicamentos representa 40%, enquanto 60% são de HPC. " Queremos abrir outras megastores e estamos procurando lugar para isso", conta Marcos Arede, diretor comercial da rede. Uma loja mega chega a custar o triplo do investimento em uma loja comum, e a diferença numeral também se dá no mix de produtos, que passa de 17 mil para 26 mil numa megastore. Quanto à Resolução 44, Arede diz que 20% das lojas da Onofre já estão adequadas à medida. "Não sentimos muitas mudanças nesse sentido." O grupo prevê crescer 20% este ano.

 

Para ganhar fôlego na briga, a concorrente Drogasil crê no conceito de Beauty Center, espaço voltado para o atendimento à beleza. Já são 27 as lojas da rede a oferecer o espaço, com marcas nacionais e importadas; dentre as nacionais estão L'Oreal, Nivea e Clean Clear. Já no espaço Dermocenter é possível encontrar marcas importadas como Vichy, La Roche Posay, Roc e Neutrogena. Esses produtos, apesar de não corresponderem à maior parte do faturamento, são os itens de maior valor agregado e são os mais rentáveis para as farmácias. À medida que cresce o mercado de cosméticos no País, aumenta a demanda nas redes de drogaria. A Nivea, por exemplo, que comercializava apenas o creme Nivea, agora oferece uma linha completa de produtos. A Drogasil está em segundo lugar em faturamento, com mais de R$ 1,5 bilhão em 2009.

 

Aproveitar a Copa do Mundo para impulsionar as vendas dos produtos de HPC foi a estratégia adotada pela Drogaria São Paulo. Nas compras acima de R$ 40 no setor de perfumaria e higiene pessoal, ao pagar mais R$ 4 os clientes ganham itens de torcida em um kit montado pela rede para o mundial. A ideia é realmente mostrar que uma drogaria ou farmácia é hoje um espaço com diferentes produtos e serviços.

 

Tanto que na entidade Febrafar, com 32 redes de farmácia associadas, a tendência de aumento da comercialização de produtos para higiene e beleza é confirmada por meio dos dermocosméticos, que trazem mais rentabilidade. Ano passado, as redes associadas, presentes em pequenos municípios, faturaram mais de R$ 2 milhões. Este ano, a projeção é de haver incremento de 13% das vendas. "O mercado do segmento de produtos de beleza é o mais rentável e o que possui maior espaço para ser trabalhado", diz o presidente da entidade.

 

Econofarma

 

Com a expectativa de 13% de crescimento do mercado farmacêutico varejista brasileiro nos próximos anos, começa a 8ª edição da Feira do Setor Farmacêutico (Econofarma), no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, nos dias 25 e 26 deste mês. A projeção é receber mais de 7 mil profissionais do mercado farmacêutico e de cosméticos e fechar R$ 30 milhões em negócios com os mais de 100 expositores da indústria, com distribuidoras dos segmentos fármacos e cosméticos, e com prestadoras de serviços, entre outros.

 

Dentre os expositores, alguns dos principais fornecedores do setor são Bayer Schering, Medley, Pfizer, União Química, Distribuidora Santa Cruz, Hypermarcas e Mantecorp. No segmento que desponta como o de maiores oportunidades entre os empresários, estão as marcas Vult, Archy Make Up, L'Oréal e Vita Derm, entre outras. Em geral, o público participante da Econofarma é de proprietários de estabelecimentos farmacêuticos, donos de lojas franqueadas, associativistas e as grandes redes do setor.

 

Segundo Paulo Heitor Lopes Bruno, diretor da PH Eventos, responsável pela organização da feira, o público majoritário são os "decisores de compra". "Grandes redes do varejo muitas vezes comparecem na figura daqueles que têm o poder de compra para negociar no evento" afirma.

 

Para Bruno, a Resolução 44 abre espaço para o varejista trabalhar com produtos de maior valor agregado, já que com essa medida fica restrita a comercialização de muitos itens. Sobre o evento, ele diz ser de referência no segmento. "A feira é de referência no setor e auxilia em três aspectos importantes: negócios, relacionamentos e informação sobre esse mercado", explica.

 

Ao entrar com liminar na Justiça, grandes redes do varejo farmacêutico continuam a oferecer produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos para garantir rentabilidade, pois esses produtos representam em média 30% do faturamento. "A tendência é de crescimento desses itens, com destaque aos dermocosméticos", diz Edson Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácia.

 

O setor teve giro de R$ 15 bilhões em 2009, e aumento de 24,11% da venda de não-medicamentos, o que atraiu também Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart, que disparam em abertura de drogarias próprias. Com isso, as tradicionais do ramo têm aumentado os aportes no intuito de agregar serviços de beleza para incrementar as vendas e encontrar um diferencial para a consumidora.

 

A Onofre investe em megastores com grifes de produtos de beleza nacionais e importadas, além de dermoconsultores para auxílio aos clientes. A Drogasil adotou o Beauty Center, espaço de beleza, em 27 lojas, com marcas nacionais e importadas como L'Oreal, Nivea e Neutrogena. A Copa do Mundo impulsiona as vendas da Drogaria São Paulo, onde ao comprar mais de R$ 40 de perfumaria e higiene pessoal, e pagarem mais R$ 4, os clientes ganham um kit para torcer pela Seleção.

 


Veículo: DCI


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