Disputa acirrada movimenta varejo de eletros

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A pouco mais de um mês do começo da feira Eletrolarshow, que prevê movimentar negócios na casa de R$ 1 bilhão, o varejo do setor de eletrodomésticos e eletrônicos briga pela conquista dos consumidores e amplia investimentos por meio de expansão e aquisição. Tanto que para fazer frente à ofensiva de redes como Casas Bahia, Extra e Ricardo Eletro, entre outras, a paulista Lojas Cem afirmou ao DCI que vai investir R$ 90 milhões até o fim deste ano na abertura de oito novos pontos-de-venda e na reforma dos já existentes. A lojas Cem tem 182 lojas e projeta crescer 25% neste ano, com projeção de faturar R$ 2 bilhões.

 

José Domingos Alves, supervisor-geral da rede, conta que pretende participar da feira Eletrolarshow para negociar estoques para o Natal e trazer lançamentos para o setor, que se mostra cada vez mais competitivo. Já no que diz respeito ao crescimento da rede por meio de aquisição ou fusão, a companhia descarta essa possibilidade, que ainda é tendência no setor. "É difícil encontrar outra rede com potencial de compra que não esteja sujeita a algumas irregularidades. Redes em fusão acabam compartilhando não só os lucros, mas todo o processo que as envolve", afirmou o executivo.

 

O gerente regional da Ricardo Eletro, que hoje faz parte da Máquina de Vendas, Evandro Marques Tavares, afirma que os esforços da empresa para este ano são na expansão da rede em número de lojas, com o propósito de chegar a 1.000 unidades no período de dois anos. A meta do grupo, como um todo, é dobrar de tamanho em quatro anos, e atingir faturamento de R$ 10 bilhões.

 

Tavares conta que a diferença da estratégia de conquista do consumidor está também em trazer inovações para o setor.

 

Presente em sete estados brasileiros a Fast Shop rede de eletrodomésticos e eletrônicos, possui 44 lojas, e, segundo Edson Shimada, diretor de Vendas da rede, a meta da crescimento da empresa é chegar à Região Nordeste, onde a rede tem pouca presença: apenas três lojas na Bahia.

 

Mercado

 

Outra prova de que a competição no segmento de eletroeletrônicos e eletrodomésticos está forte é a união entre a Máquina de Vendas e a varejista mato-grossense City Lar, anunciada esta semana. A Máquina de Vendas passa a ter 750 lojas no País, e eleva o faturamento para R$ 6 bilhões neste ano. A rede de eletrodomésticos amplia sua participação para 281 cidades, em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal.

 

Com o acordo parcial entre a Máquina de Vendas e a City Lar, entram na fusão as lojas da mato-grossense localizadas nas Regiões Norte e Nordeste. Com isso, a Máquina de Vendas se consolida na Região Nordeste do País, onde a concorrente Casas Bahia tem participação tímida, com 21 lojas no Estado da Bahia, das 500 pertencentes à rede. Até o fim do ano a Casas Bahia pretende abrir mais 11 filiais da rede na região.

 

O Brasil está na quinta posição no ranking internacional de varejo entre os países mais atraentes para as grandes empresas, de acordo com estudo divulgado pela consultoria AT Kearney, elaborado com base em entrevistas feitas com 60 executivos do varejo mundial e em indicadores econômicos e setoriais, como índices de risco-país e de saturação de mercado.

 

O aumento dos índices de emprego formal, o aumento da renda e a ampliação do acesso ao crédito fizeram a economia brasileira ficar aquecida, fato responsável, segundo o professor da FGV-EAESP Tadeu Masano, pela atração dos investidores.

 

Confirmando a tendência do setor de eletrodomésticos e eletrônicos à expansão para o nordeste do Brasil, a pesquisa revelou o potencial de crescimento do varejo nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. A causa é o tamanho continental que o Brasil tem e o conhecimento de mercado que possibilita a expansão para estas regiões, uma vez que, as grandes redes se concentram em grandes metrópoles.

 

Com relação à tendência para os próximos meses, o professor afirma que as fusões devem continuar no varejo. Com isso, reduz-se a quantidade de redes, mas a concorrência fica mais acirrada.

 

Eletrolarshow

 

De olho no movimentado setor de eletrodomésticos e eletrônicos do País, começa a 5ª edição da Feira de Negócios para a Indústria e o Varejo de Eletrodomésticos e eletroeletrônicos (Eletrolarshow), que pretende alcançar R$ 1 bilhão em negócios em três dias de evento. A Feira acontece entre os dias 20 e 23 do mês que vem, no Expo Center Transamérica, em São Paulo.

 

Foram investidos para o evento cerca de R$ 2 milhões, e o público esperado é de 7 mil empresários do varejo de eletrodomésticos e eletrônicos. Carlos Clur, diretor da Azul Play, organizadora do evento, diz que a feira atende 90% do varejo nesse segmento. "Esperamos crescimento de 50% em relação à edição anterior" afirma.

 

O evento conta com 70 expositores e mais de 100 marcas, com o objetivo de possibilitar negócios e aproximar a indústria e o varejo. Na feira apresentam-se tendências e inovações para o setor, e as redes aproveitam para levar novidades com a finalidade de suprir o estoque para o Natal, data de maior volume de vendas para o comércio.

 

"Entre os produtos mais procurados estão notebooks e netbooks", conta Clur . No primeiro trimestre deste ano foram vendidos 2,9 milhões de computadores, e a previsão é de que até o fim do ano a marca seja de 13,2 milhões de unidades vendidas, número 20% maior que o de 2009, segundo a IDC consultoria de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.

 

Veículo: DCI


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