A Elcoma, antiga subsidiária da Philips no Recife, deu início a seu plano para fabricar computadores. Com investimento de R$ 5 milhões, a companhia prevê produzir 5 mil máquinas por mês a partir do próximo ano. Por enquanto, ainda em fase de testes, a unidade está montando 2,5 mil PCs por mês.
Essa não chega a ser uma atividade nova para a Elcoma. Nos anos 80, ainda sob a tutela da Philips, a empresa chegou a desenvolver equipamentos de informática. Na década seguinte, porém, concentrou-se apenas na venda de eletrônicos importados. Agora, a companhia volta às suas origens.
Quando a Philips tomou a decisão de se desfazer da área componentes, no ano 2000, o diretor-geral Júlio Gil Simões Freire comprou a empresa com planos de ampliar o leque de atividades. Mais recentemente, depois de observar os números crescentes das vendas de computadores nos últimos três anos, ele concluiu que era uma boa hora para a Elcoma retomar a produção de PCs.
Por enquanto, as máquinas serão destinadas exclusivamente ao mercado pernambucano, com enfoque tanto no varejo quanto nos clientes empresariais. Estudos feitos pela companhia apontaram que a demanda por computadores é de 30 mil unidades por mês. "Até o próximo ano, esperamos ter 10% desse mercado", diz o executivo.
Sob uma faixa de preço que vai de R$ 550 a R$ 1,2 mil, a Elcoma pretende alcançar um público de menor poder aquisitivo. "Como não temos o custo de transporte, acreditamos que podemos ser bastante competitivos dentro do Estado", avalia Freire.
Depois de muito tempo sob o controle do mercado cinza, de equipamentos que usam componentes de origem duvidosa e software pirata, o mercado brasileiro passou a ser liderado pelos fabricantes oficiais. A líder do ranking é a Positivo, com 22,5% de participação, segundo a consultoria IDC. O mercado ilegal, no entanto, ainda representa 38% das vendas.
Segundo Freire, como o consumo de PCs cresce a um ritmo bastante forte, ainda há espaço para novos participantes no mercado. Para os próximos anos, a Elcoma estuda diversificar a produção, com a fabricação de notebooks e conversores para TV digital.
Para montar os computadores, que terá 40% de peças nacionais, a Elcoma recebeu incentivos fiscais do governo estadual, com a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e do governo federal, com a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Veículo: Valor Econômico