A valorização do real nos últimos dois anos e a competição com os produtos chineses provocaram a redução da fatia das exportações no faturamento da fabricante brasileira de brinquedos Estrela, de 15% em 2008, para 2% neste ano, até agora. "Nossos preços são altos lá fora, com esse câmbio. Então, estamos investindo em tecnologia, para que valha a pena [o consumidor] pagar um pouco a mais", disse ontem o presidente da companhia, Carlos Tilkian.
As exportações da empresa vão principalmente para países do Mercosul e para o México.
A Estrela planeja vender produtos "verdes", fabricados com plástico produzido pela Brasken, a partir da cana de açúcar, a países como França, Alemanha e os EUA. Mas só a partir de 2001. "Temos grande esperança com o produto de 'plástico verde' a partir do ano que vem. Ganharemos vantagem competitiva, pois a China não produz esse tipo de produto".
Ao mesmo tempo que as exportações caíram, as importações de componentes e produtos já montados da China continuam fortes. Em 2008, a fatia das importações no faturamento da Estrela era de 50% - hoje é de 45%. Os brinquedos mais importados da China são os ligados à filmes e séries de TV, além dos brinquedos com muitos componentes eletrônicos. "O bom seria que nossa importação representasse 30%", disse Tilkian. A Estrela tem três fábricas no Brasil. O faturamento foi de R$ 118 milhões em 2009, um aumento de 8% frente ao ano anterior. Para 2010, a Estrela estima crescimento de 15%.
Veículo: Valor Econômico