Farmacêutica: Companhia brasileira quer participar do desenvolvimento de medicamento de combate ao câncer
A Eurofarma, um dos maiores laboratórios nacionais, está intensificando parceria para desenvolvimento de medicamentos com um polo de bioctecnologia de Cuba, considerado referência internacional. A farmacêutica e os cientistas cubanos trabalham juntos desde 2006 em dois projetos, além de outros três que vão começar a ser desenvolvidos, todos eles na área de oncologia.
"Temos dois projetos que já estão em andamento e bem-sucedidos. Em um deles, licenciamos o Cimaher, um medicamento de inovação desenvolvido em Cuba, para o combate de tumor cerebral infantil. No segundo, estamos participando da fase de ensaios clínicos para uma vacina terapêutica voltada para câncer no pulmão", afirmou Camille Rodrigues da Silva, gerente de pesquisas clínicas da Eurofarma.
Esses dois projetos fazem parte das pesquisas já iniciadas e desenvolvidas por esse polo de cientistas de Cuba. A Eurofarma quer agora participar de todas as etapas dos projetos futuros. "Temos outros três estudos, todos voltados para oncologia, no qual queremos participar com os nossos pesquisadores", afirmou a executiva. "Queremos entrar na etapa de transferência de tecnologia", disse Camille.
A parceria entre Eurofarma e Cuba teve início em 2006. Segundo Camille, apesar da boa referência do polo de bioctenologia de Cuba, esses cientistas encontram dificuldades em fazer ensaios clínicos de suas pesquisas, uma vez que o número de pacientes envolvidos nessa fase de testes é grande e não há voluntários cubanos suficientes.
A Eurofarma vai contar com uma linha de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para todos esses projetos. A farmacêutica não revelou o valor dessa linha de crédito.
Com 26 projetos totais em andamento em diversas áreas, a Eurofarma quer intensificar suas pesquisas nos segmentos de oncologia, neurologia e doenças ligadas ao envelhecimento.
Com faturamento de R$ 1,2 bilhão em 2009, a empresa projeta receita 17% maior este ano, atingindo R$ 1,4 bilhão. A farmacêutica tem calcado sua expansão em aquisições de laboratórios de pequeno e médio porte nos países da América do Sul. A meta da companhia é cobrir até 90% do mercado latino-americano.
Em junho, a Eurofarma comprou o controle do laboratório Gautier, com sede em Montevidéu, no Uruguai, com forte presença no mercado local, um ano depois de adquirir o laboratório Quesada, da Argentina. Os planos são comprar outras empresas em países como o México, Chile e Colômbia. A Eurofarma também não descarta construir uma fábrica ("greenfield") na Venezuela. No país, a empresa está concluindo a expansão de sua unidade em Itapevi (SP).
Veículo: Valor Econômico