Preferência é por câmeras fotográficas e filmadoras, além dos computadores e outros acessórios de informática.
Produtos eletroeletrônicos e de informática cada vez mais modernos e atualizados. Esses são os sonhos de consumo de consumidores para o Natal. A preferência é por câmeras fotográficas e filmadoras, além dos computadores e outros acessórios de informática.
Segundo a pesquisa trimestral de intenção de consumo feita pela Fundação Instituto de Administração (FIA), essas categorias de bens de consumo duráveis se revezam no primeiro lugar nas prioridades dos consumidores desde o quarto trimestre de 2008, sendo que haviam sido bem lembradas em anos anteriores.
Segundo o professor do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fia, Nuno Fouto, a constância desses itens na lista de prioridades de consumo se deve, em parte, à queda contínua de preços nos últimos anos, tornando-os acessíveis a consumidores da classe C e D.
"Os equipamentos ficam obsoletos rapidamente e, ao mesmo tempo, os mais novos são lançados com preços menores", afirmou ele. "O número de unidades vendidas é cada vez maior, e o valor unitário, menor. Dificilmente perderão espaço na época de Natal."
Eletrônicos são, segundo o professor Fábio Mariano, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), produtos com grandes significados nos dias de hoje, o que explica outra parcela da grande demanda por eles. "São artigos da contemporaneidade. Conexão de internet se tornou algo essencial", disse ele.
Mas mesmo com preços cada vez menores, os presentes de Natal - um celular de R$ 200 ou uma TV que custe R$ 2 mil -, tendem a ser pago com o cartão de crédito. O consumo sustentado pelo dinheiro mais acessível no Brasil tem suas peculiaridades se comparado ao resto do mundo, e a principal delas é a necessidade. "Para a maioria dos brasileiros, é necessário parcelar tudo", disse o professor Mariano, da ESPM.
A pesquisa da FIA indica que, cada vez mais, o consumidor pretende pegar dinheiro emprestado para adquirir bens de consumo duráveis. o caso de 83% dos entrevistados que pretendem comprar móveis no terceiro trimestre. Entre os que pretendem comprar computadores, 72,7% estão dispostos a se endividar, assim como 81% dos que almejam um eletrodoméstico novo. No mesmo trimestre de 2009, a proporção era de 65,5%, de 69% e 77%.
Fouto diz que, na hora de tomar crédito, o que mais influencia na decisão do consumidor é o valor da parcela e o prazo de pagamento. "Em geral, o consumidor procura parcelas menores, como maior número de parcelas."
Ele lembra que apenas em épocas de instabilidade no emprego o consumidor tende a evitar parcelamentos longos. "Ele sabe que os juros são altos, mas as taxas não são o principal fator na hora de decidir ou não pela compra." (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG