1 bilhão de litros de sorvete

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Associação das indústrias do segmento projeta crescimento de 15% na produção este ano, alcançando a marca histórica. Expectativa é alta para o início da primavera, no fim do mês

 

Há poucos dias do início da primavera, em 23 de setembro, o mercado de sorvetes de todo o país já se prepara para a alta demanda dos dias quentes. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete (Abis), atualmente, o mercado movimenta mais de R$ 2 bilhões, e o setor pretende superar, pela primeira vez na história, a marca de um 1 bilhão de litros produzidos. A Abis estima ainda que a produção crescerá 15% este ano na comparação com o ano passado, quando foram produzidos 995 milhões de litros.

 

De 2002 a 2009, as compras de sorvete no país cresceram 40% e o consumo per capita aumentou 27%. Em 2002, cada brasileiro consumia quatro litros por ano. No ano passado, esse volume atingiu 5,2 litros e espera-se que o total chegue a 6 litros em 2010, com um aumento de 15%. Segundo o presidente da Abis, Eduardo Weisberg, recentemente, o aumento da renda, principalmente da classe C, deu novo impulso ao setor. “As classes C e D estão comprando produtos que antes não consumiam, e o sorvete é um deles. Embora o inverno ainda não tenha terminado, a estação também foi muito positiva para o setor. Há uma mudança na cultura do brasileiro, que não mais consome sorvetes apenas nos dias de altas temperaturas”.

 

As sorveterias de BH já se preparam para vender mais. A Salada, que já tem como público alvo a classe C, prevê crescimento de 58% para estação, comparado ao verão do ano passado. Segundo Adriane Machado, diretora de operações, a sorveteria projeta ainda um crescimento de 40% da receita em 2010. “Acreditamos que esse verão será mesmo o melhor da história. Nossa fábrica está sendo ampliada para nos prepararmos melhor para a estação. A capacidade de produção de sorvete atual é de 1,2 mil litros por hora e a previsão é que, a partir de outubro, a capacidade passe para 4 mil litros por hora.”

 

Para o próximo verão, a Alessa Gelato & Caffè espera um aumento de 20% nas vendas. “Já agora, em setembro, a loja fica lotada. Precisamos aumentar três vezes nossa capacidade de produção para atender a demanda e ainda inovar no tipo de produto”, comenta Andrea Manetta, sócia-proprietária da Alessa. A sorveteria italiana prepara sobremesas especiais para refrescar os clientes, com sorvetes mais leves à base de frutas, deixando de lado os que são a base de creme, chocolate e doce de leite.

 

Segundo o sócio-proprietário Nicolás Terroba, os sorbets, sorvetes de frutas à base de água e 0% de gordura, e o Fruttíssimo, bebida preparada com suco de frutas naturais, são as apostas do verão. “Para amenizar a alta temperatura, a sorveteria criou novos sabores dos sorbets, como laranja com pêssego, e manga com gengibre, e do Frutíssimo, como açaí, abacaxi, limão, manga, maracujá, que custam R$ 12”.
A Ice Cream espera um crescimento de 25% em vendas em relação ao verão 2009. De acordo com o diretor proprietário, Fernando de Vilhena Peixoto, a Ice Cream vai lançar sorvetes de frutas exóticas para a estação, que devem chegar às lojas em novembro. “Já produzimos mais de 150 sabores e vamos aumentar ainda mais nesse verão. Nossos sorvetes variam de R$ 6 a R$ 15 e já percebemos a classe C entrando nesse mercado e até consumindo em sorveterias mais sofisticadas”.

 

O sócio-proprietário da Yoggi, Henrique Almeida, espera um aumento de 50% em vendas nesse verão em relação a 2009. “Esse será o verão das iogurterias, que já viraram uma febre em todo o país. Nosso mercado é do sorvete sem culpa, um produto com baixíssimas calorias. Vamos inaugurar mais uma loja no BH Shopping, antes do início do verão.” Os frozen iogurtes da Yoggi variam de R$ 6 a R$ 20.

 

Veículo: O Estado de Minas


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