Fundos de risco apostam em varejo e em entretenimento

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A Actis, fundo global de private equity com atuação focada em mercados emergentes, fechou sua primeira parceria desde que chegou ao Brasil. A empresa está investindo R$ 100 milhões na Companhia Sulamericana de Distribuição (CDS), rede paranaense de supermercados que integra as bandeiras São Francisco e Cidade Canção. Os recursos serão aplicados através do fundo Actis Emerging Markets 3.

 

A Actis possui um fundo global com US$ 2,9 bilhões para investimentos, sendo que deste montante serão aplicados de US$ 400 milhões a US$ 450 milhões nos próximos três anos no Brasil. "Nosso foco setorial global é o de empresas de serviços financeiros, bens de consumo, puxado para o varejo e alguns nichos da indústria. É claro que estamos de olho no mercado e, se surgir uma oportunidade, podemos investir em outros setores da economia", explica Patrick Ledoux, sócio da Actis América Latina.

 

O trabalho de governança corporativa já vem sendo realizado na CDS. Com isso, a empresa já conta com Conselho de Administração. O São Francisco já apresentou seu resultado auditado de um ano e o Cidade Canção apresentará seu primeiro balanço auditado neste ano. Vale lembrar que para a CDS listar ações na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa) são necessários no mínimo três anos de resultados financeiros auditados.

 

Jefferson Nogaroli, presidente do Conselho de Administração da CDS, não esconde o desejo de lançar ações da companhia no mercado brasileiro. "Isso é um processo de maturação. Se tudo der certo nós podemos realizar um IPO em no máximo 5 anos", afirma Nogaroli.

 

A CDS conta hoje com 28 lojas em 11 cidades dos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, e este ano deverá faturar cerca de R$ 700 milhões. "Nosso objetivo é mais que dobrar o faturamento em até 5 anos. Estamos planejando para esta data um faturamento de cerca de R$ 1,5 bilhão", acrescenta Carlos Tavares Cardoso, diretor presidente da CDS. No ano passado a empresa faturou R$ 620 milhões.

 

Para chegar a este faturamento, a empresa pretende abrir aproximadamente 6 lojas por ano por 5 anos. Neste ano serão realizadas mais 2 aberturas de loja. "Estamos de olho em uma tendência de loja compacta. Não somos hipermercados, que precisam de 4 mil metros quadrados de loja: somos supermercados, com estabelecimentos de até 2 mil metros quadrados", diz o presidente do Conselho da CDS.

 

O mercado de private equity vem se mostrando muito aquecido com o fim da crise financeira internacional. Ledoux revela que para o fundo Actis Emerging Markets 3 há uma previsão de investimento de 6 a 8 empresas. "Devemos finalizar mais 2 ou 3 negócios até o final do ano", afirma.

 

Entretenimento

 

Formado por um grupo de quatro executivos brasileiros e mais de 40 investidores nacionais e estrangeiros, a A.Life Entertainment Group chega ao País para consolidar e profissionalizar o mercado de entretenimento brasileiro. Nos próximos seis meses, a empresa vai investir aproximadamente R$ 10 milhões em projetos no Brasil.

 

A A.Life é a primeira empresa brasileira de private equity focada na indústria de entretenimento. Investindo em start-ups (negócios em fase de criação e desenvolvimento, em busca de financiamento) e em companhias já existentes, o grupo inova neste mercado justamente por ser o primeiro a trazer os fundamentos dos quais esta indústria mais precisa para crescer: aporte de capital consistente, emprego de alta tecnologia e excelência de gestão, agregando ao negócio talentos do mercado financeiro e da indústria de consumo.

 

"A holding A.Life Entertainment Group foi criada para financiar e gerir ativamente projetos de grande potencial e que precisam de investimento para se realizar. Além do aporte de capital, fazemos um aporte intelectual de gestão nas empresas em que investimos", explica Gustavo Araujo, sócio da A.Life. "Dessa maneira a holding faz a união das pontas do mercado financeiro com as do mercado real. Para tanto, cada projeto conta com um business controller. Levamos nossos valores de operação enxuta, foco em resultados, meritocracia em todos os níveis e, acima de tudo, ética, a todas as empresas em que investimos", finaliza Araújo.

 

Entre os primeiros projetos da A.Life estão a inauguração da primeira filial do Kiss & Fly, de Nova York e da rede de bares Eu, Tu, Eles, e a repaginação do Buddha Bar, do Bar Blá e do restaurante Anexo, todos na capital paulista. Em Florianópolis o grupo inaugura até o mês de outubro o The Double Seven, a primeira casa da marca fora de NY. Além de bares, restaurantes e casas noturnas, o grupo também quer investir em shows nacionais e internacionais.

 

Os sócios fundadores são: Gustavo Araújo, Rachid Sader, Alessandro Ávila e Pedro Silveira~, e 75% de seus mais de 40 investidores são brasileiros.

 

Os fundos de private equity que investem na compra de participação em empresas aceleram suas atividade no Brasil e apostam em diversos setores para fazer pequenos negócios crescer e depois vendê-los com lucro. Ontem, a empresa de investimentos 3G Capital, do trio de investidores brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, anunciou a compra por US$ 4 bilhões do Burger King, uma das maiores redes norte-americanas de fast-food. Depois do anúncio da compra, as ações da empresa americana dispararam 24% no mercado dos Estados Unidos.

 

Lemann, Telles e Sicupira são os maiores acionistas da InBev, fabricante da Budweiser, a marca de cerveja mais popular dos Estados Unidos.

 

Na semana passada, o Burger King previa demanda fraca em seu novo ano fiscal, devido ao ritmo menor de recuperação econômica dos EUA e a programas de austeridade fiscal de governos em diversos países da Europa.

 

Agora, no período de transição para o novo comando, o atual presidente do Burger King, John Chidsey, ficará no cargo. Depois ele assume como co-presidente do conselho da empresa, ao lado do brasileiro Alexandre Behring, diretor administrativo da 3G Capital.

 

Para a presidência da Burger King é dada como certa a escolha de Bernardo Hees, que presidia a América Latina Logística (ALL), também controlada pelo trio mais agressivo de investidores brasileiros, que também tem participação na rede de lanchonetes Wendy's, outra gigante do mercado americano. O anúncio da saída de Hees da presidência da ALL foi feito na quarta-feira.

 

A Actis, fundo global de private equity com atuação focada em mercados emergentes, fechou também ontem sua primeira parceria desde que chegou ao Brasil. A empresa está investindo R$ 100 milhões na Companhia Sulamericana de Distribuição (CDS), rede paranaense de supermercados que integra as bandeiras São Francisco e Cidade Canção. Os recursos serão aplicados através do fundo Actis Emerging Markets 3.

 

A Actis possui um fundo global com US$ 2,9 bilhões para investimentos, montante do qual serão aplicados de US$ 400 milhões a US$ 450 milhões nos próximos três anos no Brasil.

 

"Nosso foco setorial global é o de empresas de serviços financeiros, bens de consumo, mais para o varejo, e alguns nichos da indústria. É claro que estamos de olho no mercado, e, se surgir uma oportunidade, podemos investir em outros setores da economia", explica Patrick Ledoux, sócio da Actis América Latina.

 

Enquanto isso, uma das maiores redes de hospitais do País, a D'Or, do Rio de Janeiro, negocia a compra do controle acionário do hospital paulista São Luiz e do Plano de Saúde Advance. Até o fechamento desta edição, a confirmação do negócio não foi divulgada.

 

A rede D'Or está recebendo assessoria do banco BTG Pactual, que também tem feito aquisições, para fechar o negócio.

 


Veículo: DCI


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