Brasil deve ampliar compra de algodão dos EUA

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O mercado aguarda o arrefecimento dos preços do algodão para fechar novas importações. Até agosto, o país importou apenas 36,7 mil toneladas da pluma, 42% acima do realizado no mesmo intervalo de 2009 (25,8 mil toneladas), mas muito aquém das cerca de 250 mil toneladas que o país terá que importar até maio do ano que vem para atender a sua demanda interna.

 

Os registros de importação na Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) também estão tímidos. São 68,5 mil toneladas registradas para serem importadas até maio do ano que vem, de acordo com Miguel Biegai Júnior, analista da Safras & Mercado. Desse total, 66,5 mil toneladas devem ser comprados dos Estados Unidos.

 

Biegai avalia que as compras no exterior devem se aquecer a partir de outubro, quando a safra americana começará a ser colhida. "Espera-se que os os preços arrefeçam com a grande safra americana, que será de 18 milhões de fardos, ante os 12 milhões da temporada anterior", diz. Ele reconhece, porém, que o crescimento da produção americana vem sendo ofuscado pelas perdas de safra no Paquistão, Índia e China.

 

A partir de outubro também entrará em vigor a suspensão temporária da taxa de importação de 10%. A tarifa zero, que valerá até maio, será aplicável para um volume de 250 mil toneladas de algodão e foi instituída pelo governo para amenizar o déficit na oferta interna.

 

Ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que as exportações da pluma do país para o Brasil devem ser recordes no ano-safra que se encerrará em 31 de julho, segundo a Bloomberg. A projeção é que sejam de 239,8 mil toneladas (1,1 milhão de fardos), o triplo do recorde anterior de 335 mil fardos em 1994, segundo informações do USDA.

 

Ontem, pela primeira vez desde 1995, os futuros de algodão chegaram a bater US$ 1 a libra-peso durante o pregão na bolsa de Nova York. O contrato com vencimento em dezembro fechou ontem em 99,37 centavos de dólar por libra-peso, alta de 115 pontos. Mais cedo, o mesmo contrato atingiu US$ 1,0198, o maior preço para o mais ativo contrato desde 19 de junho de 1995, segundo a Bloomberg.

 

Por trás dessa escalada de preços estão as preocupações em relação à oferta, que está se retraindo enquanto a demanda das processadoras cresce, sobretudo nos mercados emergentes.

 

De acordo com a Bloomberg, os estoques monitorados pela bolsa de Nova de Nova York recuaram 98% desde 2 de junho, para 16,569 mil fardos em 17 de setembro. Aumentam as notícias de que a China, o maior produtor e comprador mundial de algodão, pode, de fato, elevar suas importações da pluma depois que chuvas afetaram qualidade e o volume de produção.

 

A alta também se deve a um movimento especulativo na bolsa. Os administradores de fundos e outros grandes especuladores aumentaram suas posições compradas em Nova York em 2% na semana encerrada em 14 de setembro, de acordo com informações da Comissão de Mercados Futuros dos Estados Unidos.

 

Veículo: Valor Econômico


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