Presidente da companhia confirmou a construção de uma nova fábrica no Rio, com investimento de até R$ 100 milhões
O presidente da multinacional suíça Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, disse ontem que a companhia fará investimentos entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões no Brasil em 2011. O montante será destinado a ampliações e construções de fábricas, tecnologia e inovações, e não inclui aportes em novas aquisições.
"Nosso objetivo é sempre crescer o dobro do PIB (produto interno bruto) a cada ano, e queremos duplicar a companhia em cinco anos. Para 2010, pretendemos incrementar nosso faturamento em cerca de 12%", afirmou o executivo.
Em 2009, as vendas da empresa chegaram a R$ 16 bilhões - o que significa que, este ano, essa receita deve ficar perto dos R$ 18 bilhões. Atualmente, de acordo com Zurita, o Brasil é o país onde a Nestlé mais cresce em sua presença no mundo.
Fábrica. O executivo também confirmou ontem a abertura de uma nova fábrica de bebidas no Rio de Janeiro, a segunda no Estado, com aportes entre R$ 80 milhões a R$ 100 milhões. "Ainda não decidimos o local da fábrica, que vai ser basicamente de bebidas líquidas de leite. Estamos mapeando o Estado para encontrar uma região adequada tanto em termos de captação da matéria-prima quanto em capacitação profissional. Em mais ou menos uma semana teremos reunião com a Secretaria de Desenvolvimento do Estado para decidir a localização e imediatamente começar a construção", afirmou Zurita.
Atualmente, a Nestlé possui 30 fábricas no Brasil, e a nova unidade no Rio de Janeiro está em linha com a estratégia de descentralização da produção que a empresa está realizando no País. "Além disso, o Rio de Janeiro é um grande consumidor de bebidas no Brasil, e a descentralização nos traz custo de logística mais acessível", disse o presidente da Nestlé. O executivo também anunciou que fará ainda neste ano uma ampliação da fábrica do município de Ibiá, em Minas Gerais.
Novas compras. Em relação a novas aquisições, Zurita afirmou que a empresa está analisando as oportunidades de mercado, mas que, principalmente no setor de lácteos, não há uma grande oferta de empresas. "Não existe muita coisa que esteja compatível com a nossa preferência em tecnologia e qualidade", disse.
Com relação às eleições presidenciais de outubro, Zurita não quis citar o candidato de sua preferência, mas disse que, independentemente de quem assumir a presidência da República, o principal desafio para o novo governante é a reforma fiscal.
"Os encargos brasileiros são muito altos e não é só no setor de alimentação", afirmou Zurita. No ano passado, de acordo com o executivo, a Nestlé pagou cerca de R$ 4 bilhões em impostos no País.
Empresa prevê alta de 30% nas vendas de café no fim do ano
A Nestlé espera vender, neste fim de ano, 30% mais no País só no segmento de café expresso. Atualmente, a empresa tem 62% de participação no mercado de café solúvel e de máquinas no Brasil. A empresa espera faturar, nesse setor, entre R$ 450 milhões a R$ 500 milhões em 2010 - sendo, que desse total, R$ 100 milhões deverão estar relacionados à linha Nescafé.
O abastecimento da empresa é feito principalmente com produtores e cooperativas de café das cidades de Varginha (MG) e Guaxupé (MG), além de municípios do Espírito Santo. Segundo cálculos do presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, a empresa compra aproximadamente 1,5 milhão de sacas de café por ano no País.
Ontem, a Nestlé apresentou uma nova máquina, a Nescafé Dolce Gusto Circolo, fabricada na China e cuja manutenção e distribuição no Brasil são realizadas pela Arno. A Nestlé também anunciou ontem o lançamento de bebidas frias para a mesma linha.
"Todos esses lançamentos são apostas para o período de Natal, que coincide com o nosso verão. Nesse segmento, nossa meta é vender mais 30% somente no fim do ano", disse a diretora da unidade de cafés da Nestlé Brasil, Lilian Miranda.
Veículo: O Estado de S.Paulo