Oferta de importados deve subir

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Queda do dólar estimula as vendas de produtos do exterior, principalmente da China. 

 


Com o real mais valorizado em relação ao dólar, a presença de mercadorias importadas no comércio varejista da Capital deve crescer. De acordo com estimativa da Associação dos Comerciantes do Hipercentro de Belo Horizonte, a oferta de produtos importados subiu, em média, 15% no acumulado do ano e a tendência é de que essa fatia aumente nos próximos meses.

 

De acordo com o presidente da entidade, Pedro Bacha, a desvalorização da moeda norte-americana, aliada ao maior poder de consumo das classes C e D no Brasil, tem criado um ambiente favorável para o aumento das importações, sobretudo do mercado asiático, com destaque para a China, que tem carga tributária bastante inferior em relação ao Brasil, além de custo baixo da mão de obra.

 

Bacha reconhece que, apesar do prejuízo para a indústria nacional, a forte presença das mercadorias internacionais é rentável para o comércio varejista. "Não se pode negar que as classes populares têm procurado de forma mais enfática novos tipos de produtos, alguns até mais sofisticados. Com as importações os varejistas conseguem oferecer aos consumidores mais opções a preços mais baratos, muitas vezes, com a mesma qualidade dos nacionais", observou.

 

De acordo com o proprietário da A Nova BH, especializada em artigos de R$ 1,99, com três unidades na Capital, Flávio Fróes Assunção, 2010 vem sendo um ano bastante favorável para trabalhar com itens importados. "O real esteve estável até agora. Este contexto incrementa e fortalece a participação das mercadorias importadas no mercado brasileiro como um todo. Essa não é uma particularidade do varejo, mas de outros diversos segmentos", disse.

 

Para ele, a queda do dólar nesta semana se soma aos fatores que estimulam essas operações. "Quanto mais força o real ganha perante a moeda norte-americana, aumenta a margem de oferta de produtos importados", disse.

 

De acordo com Fróes, 60% do mix da A Nova BH provêm do mercado asiático. Em relação a 2009 ele disse que o oferta de importados cresceu 10%. "Em 2002, por exemplo, quando o real estava desvalorizado, a situação era inversa", comparou.

 

Na Loja dos Enfeites, especializada em artigos para festas, localizada na rua Carijós, no hipercentro da Capital, os itens importados representam, hoje, 30% das mercadorias. De acordo com o proprietário do estabelecimento, Orfeu Leite, se a tendência de retração do dólar se mantiver em queda, a participação destes produtos deverá crescer.

 

"No nosso caso, o que temos observado, até agora, é uma certa estabilidade na presença de produtos importados. Com o dólar em queda, será natural que haja expansão da presença do itens importados", afirmou.

 

Brinquedos - Na Rei dos Brinquedos, na região da Savassi, os produtos importados também representam 60% do mix de mercadorias. De acordo com o proprietário da loja, Noel Charmivol, o processo de aquisição de mercadorias internacionais não é imediato.

 

Ele acredita que, se o real se mantiver valorizado em médio prazo, a participação destes itens pode evoluir. "A importação de brinquedos segue muito forte e, se o dólar continuar se desvalorizando, as facilidades aumentam. De certa forma os comerciantes se beneficiam com produtos a preços mais baixos, pois as vendas aumentam", disse.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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