SIG promete incomodar reinado da Tetra Pak

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Embalagem: Com 7% do mercado, prevê crescer 30% ao ano no Brasil

 

A concorrência no mercado de embalagens longa vida promete ficar mais apertada no país nos próximos anos, no que depender do apetite da alemã SIG Combibloc. A fabricante de embalagens cartonadas e equipamentos, que está investindo € 90 milhões na construção de sua primeira fábrica no Brasil, no município de Campo Largo (PR), pretende avançar na carteira da concorrente Tetra Pak, hoje líder absoluta, com participação superior a 90%, e concentrar seus contratos em grandes clientes regionais, não necessariamente do segmento de leite UHT. Recentemente, firmou contrato de fornecimento com seu primeiro cliente na área de bebidas não carbonatadas da América do Sul, a Schincariol.

 

De acordo com a gerente de marketing da SIG Combibloc, Luciana de Paula Galvão, a empresa projeta elevação de 30% ao ano no Brasil, em volume de embalagens comercializadas. Desde 2005, a companhia cresce 50% ao ano e conta, hoje, com mais de 15 clientes em carteira, entre os quais BR Foods e Cemil (Cooperativa Central Mineira de Laticínios). "Entre 6 e 10 anos, devemos chegar a 30 clientes", diz. "Buscamos atender um número menor de clientes, fazer a diferença e crescer com eles."

 

Para alcançar a taxa de expansão estimada, a SIG está construindo uma unidade fabril que terá capacidade para até 2 bilhões de embalagens por ano até 2016. À época do anúncio, a SIG estimou em 1,5 bilhão de litros/ano o aumento do consumo de leite longa vida em embalagens cartonadas até 2012 no Brasil - o leite representa cerca de 80% da demanda total por embalagens desse tipo no país.

 

Os fornecedores do papel-cartão que rodará na nova fábrica, explica Luciana, ainda não estão contratados. "Temos um pool de fornecedores globais e estamos negociando com alguns deles", conta. Parte dos cartões usados pela SIG é entregue pelo próprio grupo Rank, ao qual pertence a companhia, que tem sede na Nova Zelândia. No Brasil, a Klabin, maior produtora de papéis para embalagens do país, está em negociação com a empresa, que tem origem alemã.

 

Além da aposta na fabricação local e como parte da estratégia para abocanhar clientes da concorrência, a SIG está promovendo entre os laticínios nacionais um equipamento que permite dobrar o volume de envase em relação aos que já estão em uso no país. Segundo Luciana, a máquina de envase roda à velocidade de 12 mil embalagens de 1 litro por hora (ante 6 mil embalagens dos demais) e com níveis de perda mais baixos. "Assim, o custo total de envase é menor do que o da concorrência."

 

Outra vantagem do equipamento, importado da própria SIG na Alemanha, é a possibilidade de envase em diferentes tamanhos de embalagem. Uma linha de envase custa, atualmente, entre € 1,5 milhão e € 2 milhões e é alugada pelo cliente, que pode reduzir a zero o valor do aluguel conforme o volume de embalagens compradas da SIG. O valor varia conforme o escopo de fornecimento e os contratos são firmados por 6 anos.

 

A Tetra Pak, que conta com cerca de 120 clientes no país, tem mais de 700 máquinas em operação no Brasil. Neste ano, foram 90 novos contratos. A empresa informa que um de seus equipamentos, o A3 Flex, permite o envase de diferentes bebidas, com potencial para 15 mil embalagens/hora. Já a linha A3 Speed tem capacidade para 24 mil embalagens de 1 litro/hora.

 

No início do mês, a SIG anunciou contrato de fornecimento com a Schincariol, que produz cerca de 5 bilhões de litros de bebidas por ano. As embalagens de 1 litro serão utilizadas para produtos das marcas Skinka e Fruthos. A SIG forneceu ainda uma máquina de envase com capacidade para até 10 mil unidades por hora.

 

Líder de mercado, com fatia de 93%, a Tetra Pak produzirá neste ano 11 bilhões de embalagens longa vida, superando o recorde de 2009, de 10 bilhões de unidades. A múlti anunciou planos de expansão, onde opera unidades em Ponta Grossa (PR) e Monte Mor (SP), que, juntas, podem produzir 13,5 bilhões de embalagens/ano. Os aportes devem ocorrer em etapas e iniciados em dois ou três anos, na fábrica paranaense.

 


Veículo: Valor Econômico


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