Embalagens atraem Suzano e Klabin

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A Suzano Papel e Celulose e Klabin planejam aumentar a sua participação na venda de papel para embalagem, que apresenta forte crescimento no Brasil. Somadas as receitas, as concorrentes faturaram cerca de R$ 3 bilhões no primeiro semestre, resultado impulsionado principalmente pelo segmento de papel-cartão e papel ondulado, destinados a embalagens.

 

De acordo com o diretor de Marketing da Suzano Papel e Celulose, André De Marco, o segmento de papel de embalagem de alimentos, detergente em pó, higiene e limpeza, e o de caixas de papel ondulado, são os que têm maior potencial de crescimento. "Cerca de 50% do volume produzido na companhia são destinados a essa categoria, denominada dúplex", explica De Marco.

 

O executivo afirma que a Suzano tem privilegiado o segmento de papel-cartão, em que espera crescer cerca de 5% este ano. Segundo De Marco, o mercado externo, onde se destacam países da América do Norte e da Europa, e a China, apresenta demanda ainda maior por papel-cartão. A Suzano Papel e Celulose registrou faturamento de R$ 1,15 bilhão no primeiro semestre, e 14% de sua receita líquida vieram de negócios relacionados ao segmento de papel-cartão.

 

A Klabin, que é líder no segmento de papéis e cartões para embalagens, registrou no primeiro semestre de 2010 receita de R$ 1,75 bilhão, uma elevação de 25% em comparação ao mesmo período de 2009. Esse resultado foi impulsionado pelas vendas de cartões revestidos e de papelão ondulado que, somados, foram responsáveis por 67% do volume de vendas da companhia.

 

O volume de embalagens de papelão ondulado e chapas de papelão ondulado expedido pela Klabin no segundo trimestre do ano atingiu 134 mil toneladas, aumento de 17% em relação ao do mesmo período de 2009. No semestre, a expedição da Klabin foi 18% superior à de igual período do ano passado. O segmento de papel-cartão da Klabin, incluindo cartões para líquidos, alcançou 327 mil toneladas, 38% acima dos seis primeiros meses de 2009.

 

A companhia já investiu cerca de R$ 143 milhões no primeiro semestre do ano para ampliação de capacidade produtiva, aquisição de equipamentos e reformas nas plantas produtivas da empresa, entre outros aportes.

 

De acordo com informações da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), a produção do semestre teve crescimento de 19% em relação à do primeiro semestre do ano passado.

 

Entusiasmo

 

A Antilhas, fabricante de embalagens e cliente da Suzano, confirma o crescimento do setor. Inicialmente a projeção da companhia era de aumento de vendas de 16% em 2009, mas já registra desempenho superior a 29%, quase o dobro do estimado. A empresa conta que está em ritmo acelerado de confecção de embalagens e sacolas para o Natal, destinadas aos segmentos de cosméticos e vestuário, que representam o maior volume da produção da empresa.

 

Segundo o presidente da Antilhas, Valter Baptista, a forte demanda acelerou os investimentos na construção do segundo parque industrial da empresa. O executivo está em fase final de negociação para adquirir um novo terreno. "Nosso objetivo é duplicar até 2014 nossa capacidade produtiva, que hoje é de 50 milhões de embalagens por mês", explica Baptista. O investimento para essa ampliação será de aproximadamente R$ 20 milhões, sem considerar o valor do terreno.

 

Menos de seis meses depois de adquirir dois equipamentos para seu parque gráfico, a Antilhas está sendo obrigada a fazer um novo aporte em sua fábrica. Baptista afirma que a empresa teve de investir mais de R$ 10 milhões na compra de mais três máquinas no último mês de junho.

 

Aportes

 

Segundo a Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), os aportes no setor chegarão a US$ 20 bilhões até 2020. Dentro dos investimentos já planejados, o papel para embalagem desponta como o que terá maior percentual de aportes (28,13%), seguido de papel tissue (12,5%). O Brasil ocupa a nona posição dentre os produtores globais de papel, com produção de 9,5 milhões de toneladas por ano.

 

De acordo com a Associação Brasileira de Embalagem (Abre), a categoria de embalagens a partir de papel, papelão e cartão representou cerca de 33,2% da produção do primeiro semestre de 2010, correspondendo a um crescimento de 11,64% se comparação com a do primeiro semestre de 2009.

 

No segmento, o destaque foram as caixas de papelão ondulado com participação de 41,21%.

 

Veículo: DCI


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