Por R$ 400 mi, grupo americano entra em fabricante nacional de genéricos
Multinacional pode adquirir 60% restantes após 2014; Pfizer quer se expandir em mercado popular com potencial
Depois de uma longa negociação, cheia de "adaptações", a farmacêutica Pfizer -multinacional americana- comprou 40% da brasileira Teuto, do segmento de remédios genéricos.A negociação foi fechada em R$ 400 milhões.
Pelo acordo, a empresa dos EUA pode comprar os 60% restantes do controle da Teuto a partir de 2014.
Se a possibilidade não for exercida, a brasileira tem opção de venda para a Pfizer em 2015. E, caso o negócio não evolua de nenhuma das duas formas, ambas as companhias estão livres para procurar outras oportunidades.
"As duas empresas flexibilizaram bastante as coisas e surgiu um modelo de negócio que nunca fizemos no mundo. Serve para que as companhias, tão diferentes, possam se conhecer mais", disse Victor Mezei, presidente da Pfizer no Brasil.
CANAIS DE VENDAS
Pelo acordo, cada uma das farmacêuticas tem direito de incorporar itens do portfólio da outra.
Assim, a Teuto poderá fabricar genéricos de moléculas da Pfizer. E a multinacional, colocar na sua linha produtos da brasileira.
A intenção da Pfizer é se expandir no ramo de "farmácias independentes", espalhadas pelo Brasil, em que tem pouca atuação. E até vender os genéricos da Teuto para outros emergentes.A brasileira exporta hoje para 11 países.
Ainda de acordo com a Teuto, os genéricos já representam uma fatia de 60% de todo o mercado farmacêutico local, de R$ 24,7 bilhões.
AUMENTO DA RENDA
"Com o aumento da renda, mais brasileiros poderão ter acesso a remédios. E certamente essas pessoas devem iniciar o consumo pelos genéricos", disse o executivo da Pfizer.
Mezei ressaltou que o potencial do mercado farmacêutico doméstico é grande, destacando que, hoje, representa apenas 3% do mundial e 10% do americano.
A Pfizer tem reconhecida atuação no segmento "de marca", com seus medicamentos prescritos aos pacientes de forma específica pelos médicos.
Já a Teuto cresceu principalmente por meio das farmácias independentes.
"Raramente um médico prescreve uma molécula de genérico. Ele coloca o nome de um medicamento de marca e quem faz a troca pelo genérico é o farmacêutico", diz Marcelo Henriques, presidente da empresa.
Veículo: Folha de S.Paulo