Com a invasão de produtos asiáticos e o dólar desfavorável para a exportação, o deficit da balança comercial do setor têxtil e de confecção deve atingir US$ 3,5 bilhões no final deste ano.
"Será o maior deficit do setor na história", diz Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit (associação da indústria têxtil e de confecção).
O deficit da balança comercial do setor já acumula alta de 60% neste ano até setembro na comparação com o mesmo período de 2009. O saldo negativo está em US$ 2,55 bilhões.
A desindustrialização traz preocupação sobre o emprego no setor. "Um deficit de US$ 3,5 bilhões representaria a demissão de 135 mil trabalhadores na indústria."
As importações brasileiras de têxteis cresceram 46%, para US$ 3,6 bilhões.
Os principais motivos para o aumento são o dólar baixo e a desaceleração do consumo nos EUA e na Europa, os maiores importadores de têxteis do mundo, o que leva a China a ter de colocar os produtos em outros mercados.
"A diferença cambial entre as moedas chinesa e a brasileira em relação ao dólar já está em mais de 40%. O Brasil está incentivando as importações", diz Diniz Filho.
Para o presidente da Abit, uma das saídas que poderiam ser adotadas pelo governo para ajudar o setor seria o aumento do número de acordos bilaterais com outros países. "Essa medida nos ajudaria, já que temos uma indústria competitiva."
Veículo: Folha de S.Paulo