O diretor da divisão agrícola da Nestlé S/A, Hans Jöhr, informou que a empresa projeta aumento de 5% ao ano na produção de itens lácteos no mundo. Durante o evento 2º Fórum Nestlé Criação de Valor Compartilhado, promovido ontem na sede da entidade, o executivo destacou que a alta estimada equivale a expansão de produção de 100 mil vacas por ano.
Para atingir a meta, a companhia está intensificando seus programas de desenvolvimento rural e agricultura sustentável em suas filiais no mundo. "Nós destinamos cerca de US$ 200 milhões anuais, ou 5% do faturamento da companhia, somente em projetos de sustentabilidade", disse Jöhr.
Globalmente, a Nestlé compra 23 bilhões de franco-suíços em matérias-primas como leite, café, cacau por ano para a fabricação de seus produtos, sendo dois terços delas oriundas de países emergentes. A empresa compra diretamente as matérias-primas de mais de 540 mil fazendas espalhadas pelo mundo, das quais 80% são de propriedade de pequenos produtores.
Na área de desenvolvimento rural, para conseguir aumentar a produtividade de seus fornecedores de leite, a companhia criou distritos de coleta para fornecer aos produtores de leite da região dados e técnicas para obter item de alta qualidade e até concessão de microcréditos a esses fornecedores, como incentivo para o uso de novas tecnologias de produção.
Atualmente, os distritos do leite estão presentes em mais de 34 países no mundo. Programas parecidos como esse, mas de café e cacau, começaram a ser implantados neste ano nas filiais da empresa no mundo.
No Brasil, a Nestlé lidera o ranking de captação de leite fresco, trabalhando com cerca de 6.000produtores diretos e mais de 40 mil indiretos. "Desde que está presente no País, a Nestlé Brasil atua com projetos de desenvolvimento rural, mas com foco principalmente da cadeia do leite, bem aceitos pelos fornecedores. No ano que vem, começaremos ações com os produtores do café, cacau e cereais", disse o diretor da companhia. "É incrível como é muito mais fácil motivar o produtor nacional a adotar novas tecnologias. O brasileiro é muito mais aberto a aprender do que pessoas de outros países", completou.
Veículo: Diário do Grande ABC