Uma tecnologia que começa a ser utilizada na conservação do palmito pupunha in natura poderá facilitar as exportações brasileiras do produto, ainda incipientes.
Parceria entre a Palmito Floresta e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), autarquia associada à Universidade de São Paulo (USP), identificou níveis seguros de esterilização do pupunha por irradiação.
Segundo Khalil Yepes Hojeije, diretor da Palmito Floresta, os níveis identificados não alteraram de forma perceptível as características sensoriais do produto. A irradiação do pupunha fresco, algo como um banho de luz, acontece com ele já embalado.
"Após o processo, o produto fica estéril e são rompidas quaisquer tipos de células microbianas", explicou. Em baixas doses como as que são aplicadas no palmito, a aplicação custa entre US$ 20 e US$ 50 por toneladas. O quilo do pupunha nobre sai entre R$ 15 e R$ 20 no varejo.
"Como a durabilidade do produto é ampliada, facilita a exportação", afirma o executivo. Os embarques de palmito em conserva são tradicionais, mas o pupunha in natura enfrenta grande burocracia fitossanitária para entrar em outros mercados.
A Palmito Floresta iniciou embarques experimentais do pupunha conservado com a nova tecnologia para os Estados Unidos.
Instalada no município paulista de Juquiá, no Vale do Ribeira, a empresa é a maior produtora de pupunha em área adensada do mundo, com uma média de 4 toneladas diárias, ou 280 mil vidros de 200 gramas por mês.
No total, o Vale do Ribeira reúne cerca de 36 milhões de pés de pupunha, conforme Hojeije.
Veículo: Valor Econômico