Indústria investe 1 milhão de euros para fabricar fraldas

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Grandes fabricantes de fraldas apostam na expansão dos consumidores da classe C para alavancar suas vendas. Enquanto empresas como Kimberly Clark Kenko, Procter e Gamble, Johnson&Johnson (J&J) e Hypermarcas lançam novas estratégias para abocanhar uma fatia deste mercado, novos players entram na disputa. Este é o caso da Damapel, indústria de papéis que pretende fabricar fraldas a partir de 2011.

 

Com investimento de 2 milhões de euros, a Damapel já fabrica papéis absorventes, higiênicos, toalhas de cozinha e guardanapos. A empresa acredita que no primeiro ano de produção de fraldas o seu faturamento tenha aumento de 2%.

 

Segundo o diretor da Damapel, Marcelo Bonaccorso De Domenico, fraldas infantis estão presentes em 55% dos lares brasileiros, por isso a oportunidade de negócios é imensa. "A Damapel resolveu entrar nesse mercado (fraldas) pelo forte crescimento do setor. O produto será um complemento da nossa linha de papel", conta ele.

 

O novo equipamento adquirido pela empresa para viabilizar a entrada no segmento de fraldas tem capacidade de produção mensal de 10 milhões de fraldas. De acordo com Domenico, apesar da concorrência com grandes companhias, ainda existe muito espaço no mercado. "Vamos concentrar nossa atuação no eixo sul-sudeste" explica. Atualmente a empresa produz cerca de 30 mil toneladas de papel ao ano e projeta crescimento de 15%.

 

A brasileira Hypermarcas, que se tornou líder do segmento de fraldas descartáveis depois da aquisição da Mabesa (fabricante de fraldas descartáveis), em agosto deste ano, vê um enorme potencial de crescimento do setor. "Com a ascensão da classe C e D e o aumento do poder aquisitivo dos brasileiros, acreditamos que ainda temos um potencial adormecido no segmento de fraldas descartáveis no Brasil", afirma o presidente da Hypermarcas, Claudio Bergamo. A companhia detém 26% do mercado de fraldas infantis no País, segundo dados da Nielsen.

 

A estratégia de crescimento da empresa no setor começou com a compra da marca Pom Pom, no segundo semestre de 2009. Depois, foram compradas a Sapeka, líder em fraldas descartáveis no nordeste, o segundo maior mercado do segmento. A empresa adquiriu também a marca York, no primeiro semestre deste ano. Dentro do faturamento de R$ 4 bilhões da Hypermarcas em 2009, 47% correspondem à unidade de negócios de beleza e higiene pessoal. De acordo com a empresa, apesar de as aquisições contribuírem para o crescimento da companhia, o segmento possui projeções elevadas de crescimento orgânico por estar ligado ao consumo popular.

 

As multinacionais norte-americanas Kimberly Clark, Procter & Gamble (P&G) e Johnson&Johnson (J&J), também disputam palmo a palmo a entrada nas classes C e D, uma vez que está nelas uma grande parte da população infantil. Para atender esta demanda específica, a Kimberly-Clark-Kenko desenvolveu as Fraldas Mágicas, com preço reduzido para atender aos novos consumidores.

 

Já a Kimberly lançou este ano a versão mais sofisticada da Turma da Mônica, para concorrer com a Pampers, da P&G. Com o lançamento, a Kimberly-Clark, que há três anos é líder em volume do mercado de fraldas, passa a brigar por uma fatia do segmento premium. Segundo o instituto de pesquisa Nielsen, nesse segmento a P&G fica em primeiro, com participação de 25,5%, seguida da Kimberly, com 24,7%.

 

Segundo o instituto, o mercado aumentou para classes sociais mais baixas, devido ao crescimento da compra de marcas de baixo preço. Para a Pampers, em 2009, a categoria teve importante crescimento de vendas no nordeste, de 18,1% em volume e de 24,9% em valor.

 

Ainda de acordo com a Nielsen, o mercado de fraldas descartáveis cresceu cerca de 15% em faturamento no ano passado; nos últimos quatro anos, o crescimento foi de mais de 60%.

 

A produção de fraldas descartáveis no ano passado somou 5,5 bilhões de unidades, crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior. O setor movimentou no ano passado mais de R$ 2,7 bilhões, informou o instituto.

 

Veículo: DCI


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