CTC abre caminho no exterior e cresce com onda ecológica

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A importância cada vez maior que as empresas estão dando a ecologia, seja por uma mudança real de postura ou apenas como ferramenta de marketing, já começa a transformar-se em um bom negócio para a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC). Tradicional fabricante de sacos de juta para o setor agrícola, a empresa estreou há pouco mais de dois anos no segmento de embalagens mais nobres, apostando no sucesso de um produto totalmente biodegradável em um momento que muitas empresas buscam substituto ao plástico. 

 

O resultado do primeiro semestre mostra que a aposta, até o momento, foi acertada. A receita cresceu 29%, somando R$ 33 milhões. Ainda fortemente influenciado pelo setor agrícola, 50% dos sacos produzidos embala o café exportado pelo Brasil, o faturamento recebeu um reforço das sacolas de juta destinadas a embalar desde bijuterias até lingeries. Há cerca de dois anos, esse segmento tinha um desempenho muito tímido em termos de receita. Nos primeiros seis meses deste ano, no entanto, já representou 20% do total das vendas. Desse total, 14% vieram do que a empresa chama de artesanato e 6% para outros fins. Os 30% restantes da receita são divididos entre os fios industriais (10%) e sacos para outros produtos agrícolas (20%), como batatas, cacau e lã. 

 

"E não é um modismo (a onda ecológica). Na verdade o Brasil chegou atrasado. Em países como Alemanha, França e Irlanda a legislação é mais rígida. Acredito que esse segmento ainda vai crescer muito no nosso faturamento", afirma Oscar Borges, presidente da CTC. A sua previsão é que as sacolas de juta passem de 6% para 12% da receita em três anos. 

 

E é justamente no exterior que a CTC enxerga um grande potencial para seus produtos. Este ano, a empresa realizou o primeiro embarque de sacolas de juta. A rede italiana de roupas íntimas femininas e de banho Yamamay comprou 200 mil sacolas e já fez um segundo pedido. Outro lote entre 250 mil e 300 mil sacolas deve ser enviado até o fim do ano. No primeiro semestre, as exportações somaram R$ 550 mil 

 

O empresário diz que tem capacidade para atender o crescimento da procura por este tipo de embalagens. A fábrica em Castanheira, no Pará, produz 10 mil toneladas de fios e tecidos de juta ao ano. O Brasil como um todo produz cerca de 20 mil toneladas anuais. A atual capacidade de produção da unidade da CTC é de 14 mil toneladas 

 

Mas a produção já foi muito maior. "Há 30 anos produzíamos 90 mil toneladas", conta Borges. A maioria dos fabricantes fechou as portas ou mudou o mix de produção nos anos 70, quando o plástico invadiu o mercado e passou a dominar o setor de embalagens. "Mas acredito que logo estaremos acelerando e recuperando o espaço perdido." 

 

Veículo: Valor Econômico


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