O futuro dos papéis descartáveis, ou tecnicamente chamados de tissue, é o mais promissor dentre o mercado de papéis. Independente dos problemas financeiros, este é um segmento que se mantém por ser considerado um produto ligado às necessidades básicas. "Em tempos de crise, o que pode acontecer é uma migração de consumo para produtos de menor qualidade, mas nunca uma redução do uso", afirma taxativo o especialista em tissue da consultoria Risi, Brad Kalil.
Segundo o executivo, o consumo do produto fica em torno de 27 milhões de toneladas por ano e desde 1991 registra-se um crescimento de 4,5% ao ano em toneladas. Mesmo em mercados maduros, como Europa e Estados Unidos, há uma manutenção e o crescimento orgânico, que acrescenta pelo menos algo em torno de 100 mil toneladas ano. "Pode não parecer muito, mas significa que será preciso uma máquina nova por ano para se manter o fornecimento nestes mercados", afirma.
Já na Europa Ocidental, a Risi estima um crescimento de 10% ao ano desde 2000 e 7,5% até 2010, o que representa outras 100 mil toneladas a mais ao ano. "Além disso, eles terão mudanças no sistema varejista, o que ajudará a incentivar ainda mais o consumo deste tipo de produto", diz Kalil.
China
Mas a região mais promissora é a Ásia, com crescimento do consumo estimado de 6% ao ano, de acordo com dados da Risi. Só a China deve crescer 28%, muito por conta da expansão da urbanização da população, o que ajuda a mudar os hábitos e expandir a penetração de produtos de higiene.
Na América Latina, o consumo chega a 2,92 milhões de toneladas, sendo que 60% da produção é feita por México e Brasil, os dois países que também são os maiores consumidores, com 31% e 28%, respectivamente. O consumo brasileiro de 1996 a 2006 cresceu em média 3,9% ao ano e deve ter um incremento anual de 4,7% no período compreendido entre os anos de 2006 e 2016, conforme o especialista. E para atender essa demanda o Brasil conta com muita capacidade.
Novas máquinas
"Até 2009, sabemos que três novas máquinas de tissue serão implantadas pela Mili, Santher e Bipacel com capacidade superior a 30 mil toneladas por ano", afirma Kalil. Outras empresas também investem em reformas de equipamentos para expandir capacidade. "São máquinas que chegam a 13 mil toneladas por ano", acrescenta o executivo.
Com participação de 11% no mercado mundial, a América latina se destaca no cenário mundial e deste total, 28% diz respeito a participação do Brasil, que só perde para o México, com participação de 31%. "Dentre os segmentos do mercado de papel, o tissue é, sem dúvida, o mais promissor", afirma Kalil.
Papelão ondulado
Os fabricantes brasileiros de papelão ondulado informaram na sexta-feira que as vendas do setor tiveram alta de 5,44% no mês de setembro na comparação com igual mês de 2007 e alcançaram 196,1 mil toneladas ante as 185,9 mil toneladas do ano anterior.
Com esse resultado, o setor terminou o terceiro trimestre do ano com vendas de 1.722,7 mil toneladas volume que representa um aumento de 1,44% na comparação com o acumulado de nove meses de 2007 que somou .698,3 mil toneladas), de acordo com dados da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO)., que informou que os volumes ficaram dentro do esperado.
Setembro registrou o segundo melhor desempenho do ano, em julho os fabricantes haviam contabilizado alta de 7,5%, no mês passado de apenas 0,97%. Em março, abril e maio houve redução nas vendas do ano. Parte dessa queda deveu-se ao grande movimento de importação de produtos já embalados.
Veículo: Gazeta Mercantil