Maior exportadora de café industrializado do País, a mineira Café Bom Dia, responsável por mais da metade dos embarques de café torrado e moído para o exterior, especialmente para a América do Sul, América do Norte, Europa e Ásia, vai duplicar a sua capacidade produtiva. Nos próximos anos, a produção da fábrica, localizada em Varginha, no Sul de Minas, deve passar para 260 toneladas por dia. O plano de expansão é motivado pelo aquecimento dos negócios.
Desde 2007, as vendas da Café Bom Dia, tanto para o mercado externo quanto para o doméstico, cresceram em torno de 14% ao ano, o dobro da média do setor. "No mercado externo, o potencial é enorme", diz Sydney Marques de Paiva, presidente da empresa, que emprega 450 funcionários e é dona de sete fazendas de café em Minas Gerais. Segundo ele, a participação do Brasil no mercado mundial de café não chega a 1%, a despeito de sua condição de maior produtor mundial do grão. Alemanha e Itália lideram as exportações do produto industrializado, com cerca de 70% do mercado, mesmo não sendo produtoras de café.
Em 2009, o Brasil exportou US$ 3,7 bilhões de café em grão e apenas US$ 29,6 milhões do produto torrado e moído, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
Mercado doméstico. O consumo interno também justifica a duplicação da produção da Café Bom Dia. De acordo com Paiva, o Brasil é o segundo maior mercado consumidor de café, atrás apenas dos Estados Unidos, com uma demanda 10% menor, e está crescendo num ritmo mais veloz que o americano. "Dentro de três a quatro anos, assumiremos a liderança do consumo mundial", afirma Paiva. A Café Bom Dia tem oito marcas próprias de café e é responsável pela produção de mais de 90 produtos personalizados para clientes no Brasil, Estados Unidos, Chile e Canadá.
Veículo: O Estado de S.Paulo