O mercado de latas metálicas para bebidas, amplamente ocupado por fabricantes que usam o alumínio como matéria-prima, deve sentir a chegada do aço como insumo nos próximos anos. Com o peso da CSN por trás de seus negócios, a Companhia Metalic Nordeste, sediada no Estado do Ceará, aposta nas latas de aço para o mercado de bebidas, que devem render neste ano um faturamento de R$ 200 milhões, um crescimento de 10% sobre 2009.
A crise financeira tardou, mas não aplacou os projetos da Metalic de ampliar o mercado que já foi de 51% na Região Nordeste - e hoje caiu para 34% -, com grandes chances de atingir também o mercado da Região Sudeste. "O sudeste é um mercado que, em números absolutos, é muito interessante para a Metalic", afirma Fábio Araújo, diretor Comercial da empresa. "Apenas em termos de crescimento percentual não é um mercado tão expressivo."
A companhia está em fase de finalização do planejamento de uma nova fábrica, que será essencial para o crescimento, uma vez que desde 2009 a empresa opera no limite de sua capacidade. A dúvida que resta, segundo Araújo, é a respeito da viabilidade de se tentar um novo mercado, como o sudeste, ou se firmar no mercado nordestino, onde a empresa atua há 13 anos e produz cerca de 900 milhões de latas anualmente.
O mercado do nordeste como um todo, segundo Araújo, deve crescer cerca de 20%. "O crescimento do mercado se deve principalmente às importações", explica.
A nova fábrica deve entrar em operação em meados de 2012. A Metalic é a única fábrica do produto no Brasil.
Setor
O mercado de latas de aço é apontado como um dos destaques do próximo ano, segundo a Associação Brasileira da embalagem de Aço (Abeaço). As embalagens de aço para o mercado de alimentos vivem um momento delicado contra as embalagens de plástico.
O argumento mais poderoso da indústria do metal é a possibilidade de reciclagem total do material metálico.
"Num futuro próximo o mercado brasileiro vai se igualar ao mercado europeu, que é mais maduro, no uso de embalagens metálicas e de vidro para alimentos", afirma Thais Fagury, gerente executiva da Abeaço. "O pós-consumo do plástico é mais complicado, porque este material não é 100% reciclável."
Para as latas de bebida o inimigo ainda é o alumínio, que tem a vantagem de ser mais valorizado que o aço na venda como sucata.
Veículo: DCI