Citricultura deve aproveitar o momento propício para combater ameaças ao setor

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O MENOR CONSUMO DE SUCO, A QUEDA DO DÓLAR, O AUMENTO DO PROTECIONISMO AOS PRODUTORES DA FLÓRIDA E A SOLUÇÃO PARA O GREENING DIZEM RESPEITO À CITRICULTURA BRASILEIRA

 

Muitas notícias e reportagens diversas sobre a citricultura foram publicadas nos últimos meses.

 

Não sem motivo, já que há novidades e constatações vindas de todos os setores da atividade: sanitário, econômico, de mercado e de relações entre os principais atores.

 

Em termos sanitários, a evolução do greening e do cancro cítrico é o destaque.
O greening, ou HLB, doença de bactéria que ataca o floema de todas as variedades cítricas, em pouco mais de cinco anos se estabeleceu em todo o cinturão citrícola do Estado de São Paulo, do Triângulo Mineiro e do Paraná, indicando que a citricultura terá de encontrar formas de conviver com o mal.

 

E está encontrando. As regiões mais afetadas estão combatendo o vetor da doença com baixo índice de plantas sintomáticas arrancadas. Já nas regiões menos atingidas, onde há menos pomares, a convivência passa pela erradicação e por um bom controle do vetor.

 

O cancro cítrico, doença causada também por bactéria que ataca as folhas jovens das principais variedades cítricas, é conhecido dos citricultores do Paraná e do oeste paulista, mas tem recrudescido fortemente em todo o Estado, indicando que a saída do Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) da inspeção regular não foi benéfica para o setor.

 

Pelo lado dos preços, boas notícias. O suco no mercado internacional subiu bastante em relação ao ano passado, tanto no mercado físico, em Roterdã (Holanda), como na Bolsa de Nova York.

 

Até mesmo os preços no varejo, nas gôndolas dos supermercados dos Estados Unidos, mostraram reação positiva.

 

Para os produtores, os preços aferidos neste ano pelo Cepea-Esalq indicam aumentos acima de 100% em relação aos registrados no ano passado.
Esses preços já cobrem bem os custos de produção da maioria dos citricultores. É certo que aqueles que se encontram nas regiões mais atingidas pelo greening, com maior custo de produção e, em muitos casos, menor produtividade, terão margem reduzida ou ainda prejuízo.

 

Ainda assim, os agricultores que não estiverem em locais propícios e não adotarem tecnologias que lhes permitam boa produtividade a custos adequados terão margens reduzidas ou negativas. E isso não é um "privilégio" só da citricultura.
Assistimos agora a grandes evoluções na relação de negócios entre produtores de laranja e indústrias processadoras de suco.

 

Apesar de criticada por alguns, o processo de conversação iniciado no contexto do chamado Consecitrus -sistema que pretende encontrar um padrão na formação de preços da matéria-prima que dê maior estabilidade ao setor- é, afinal, muito positivo.
Isso significa que depois de tantos anos de gritas à distância estamos sentando à mesa.

 

É claro que irão dizer que ainda falta muito, que se deve contemplar mais isso ou tirar aquilo, mas o fato é que o diálogo voltou. O mundo moderno depende de diálogo, de muito diálogo.

 

A diminuição do consumo de suco de laranja, a questão da desvalorização do dólar, o iminente aumento do protecionismo -talvez única alternativa- para os citricultores da Flórida e a solução definitiva para o greening dizem respeito à citricultura brasileira como um todo.

 

Questões como essas não devem ser tratadas só pela indústria ou só pelos produtores, mas, sim, por todos os envolvidos.
Por isso, deve-se aproveitar o novo momento de diálogo para soluções conjuntas visando combater essas ameaças.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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