A Coopercentral Aurora, com sede em Chapecó, no oeste catarinense, deverá encerrar 2010 com receita operacional bruta da ordem de R$ 3 bilhões. O resultado, fortemente influenciado pelo desempenho das vendas no mercado doméstico, representa um aumento de 8% em relação ao ano passado.
Segundo o presidente do grupo, Mário Lanznaster, cerca de 85% das vendas foram realizadas no mercado interno. Apesar da recuperação, as exportações representaram 15% das vendas. As vendas ao exterior somaram 105 mil toneladas de carne. O frango teve destaque e representou 55% do volume, seguido pelos cortes suínos, com 43%, e dos industrializados, com 2%.
Segundo Lanznaster, o câmbio desfavorável deve manter o nível das exportações em 15% da receita também em 2011. Hoje, os principais destinos dos cortes suínos da Aurora são Rússia, Ucrânia, Argentina e Cingapura. Já a carne de frango tem mercados em China, Hong Kong, Japão e Europa. Já os industrializados de carne são embarcados para o Oriente Médio.
Apesar das altas do milho e da soja, o presidente disse que não houve reflexo direto nos resultados. "Pagamos mais pelos grãos, mas compensamos com a elevação dos preços pagos pelas carnes". Na carne suína, a alta no ano chega a 23%, segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora da Carne Suína (Abipecs).
O foco da Aurora em 2011, segundo Lanznaster, deverá ficar na produção de aves. "O frango é uma proteína que substitui com mais facilidade a carne bovina no cardápio em geral", lembra. Desde 16 de novembro, a Aurora passou a alugar uma área para instalar uma nova linha de abate de frangos em Abelardo Luz, também no oeste de Santa Catarina. A capacidade inicial é de 56 mil frangos por dia, podendo chegar a 120 mil por dia.
Atualmente, os produtos industrializados respondem por 50% do volume de produção da Aurora. Segundo o presidente, apesar da percepção que esta é uma área crescente na demanda nacional, não estão previstos novos lançamentos.
O segmento de laticínios é que deve ganhar reforço. Há dois anos, a Aurora está no mercado com leites longa vida. O projeto de fabricação de queijos havia sido abandonado por conta da crise, e está prestes a ser retomado. O projeto inicial da unidade de Pinhalzinho previa capacidade de processamento inicial de 600 mil litros de leite por dia.
O projeto prevê expansão para processamento de 1,2 milhão de litros por dia, com ampliação do mix para a linha de queijos, leite longa vida, leite em pó e outros produtos, como o creme de leite, as bebidas lácteas, soro em pó e etc. O investimento global foi estimado em cerca de R$ 100 milhões. O aquecimento das atividades faz com que a Aurora atravesse dificuldades em localizar mão-de-obra para trabalhar em suas unidades. Segundo Lanznaster, a taxa de reposição de funcionários permanece em 20% dos cerca de 13,5 mil pessoas que trabalham na cooperativa.
Veículo: Valor Econômico