Octavio Café prepara expansão no exterior

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Empresa pretende elevar de 40% para 80% a fatia da exportação em sua receita total em dois anos


 
Depois de consolidar nacionalmente a marca Octavio Café como cafeteria e como fornecedora de grãos finos, o grupo Sol Panamby prepara a expansão dos negócios de café de seu braço agropecuário. A empresa pretende crescer internacionalmente e já começou a colocar em prática um plano para elevar de 40% para 80% até 2012 a participação do mercado externo em suas vendas.

 

A ideia do grupo é dar passos semelhantes aos da Ipanema Coffees, de Alfenas (MG). A fazenda brasileira destina entre 75% e 80% de sua produção para o mercado externo e é reconhecida pelo fornecimento de cafés finos para clientes em todo mundo, entre eles a rede de cafeterias americana Starbucks e o grupo norueguês Friele, que controla torrefações em toda a Europa.

 

Com um faturamento de aproximadamente R$ 18 milhões, o negócio de café do Sol Panamby envolve além da cafeteria em São Paulo duas torrefações, um núcleo de ensino e treinamento e seis fazendas. E é exatamente nas propriedades, localizadas na região de Pedregulho, no interior paulista, que a maior parte dos investimentos acontecerá.

 

Atualmente, as propriedades abrigam 4 milhões de pés de café e produzem 30 mil sacas por safra em um mil hectares. O plano prevê dobrar a área nos próximos anos. A ideia do grupo é aumentar a produção a partir de um incremento anual de 150 a 200 hectares na área plantada das fazendas, que receberão irrigação para garantir uma elevação de sete a nove sacas por hectare na produtividade.

 

"Temos uma demanda crescente por cafés de qualidade no mundo. Nossa estratégia é elevar as vendas domésticas, mas trabalhar com mais ênfase no mercado externo, tornando nossa marca conhecida e destinando um pedaço maior de nossa produção para os exportadores", diz Edgar Bressani, novo superintendente da divisão agropecuária da Sol Panamby.

 

Os investimentos totais para o projeto ainda não estão totalmente definidos. A expectativa, contudo, é que pelo menos R$ 7 milhões sejam aplicados na expansão da área e implantação dos novos pés de café.

 

Apesar da dedicação maior ao mercado externo, a Octavio Café não pretende deixar a demanda doméstica de lado. Em alta, o consumo de café no Brasil deve sair das atuais 19 milhões e chegar a 21 milhões de sacas em 2012 e superar os Estados Unidos, segundo Bressani. "É por isso que trabalhamos para aumentar a produção e garantir o mercado que conquistamos internamente", afirma.

 

Mas não é apenas na produção e exportação de café que a empresa pretende crescer. Segundo Bressani, o grupo tem planos de abrir nos Estados Unidos até meados de 2011 sua primeira cafeteria. Com isso, o plano é expandir a participação no mercado americano, onde a empresa já é dona, desde 2007, da Dallis Bros. Coffee, torrefação que abastece alguns dos principais restaurantes e hotéis de Nova York. "Em princípio, nos EUA, teremos essa loja própria, mas no Brasil já temos propostas para abertura de uma rede de franquias para começar a operar também a partir do ano que vem".

 

Além do café, o segmento agropecuário do Sol Panamby também atua na criação de gado de elite. Tem pouco mais de mil cabeças de bovinos da raça nelore e também produz cordeiros da raça dorper. A meta é diversificar ainda mais a atividade agrícola e plantar ainda em 2010 um mil hectares de cana-de-açúcar.

 

Veículo: Valor Econômico


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