Os preços recordes obtidos pelos produtores na atual campanha deverão elevar a produção mundial de algodão em 8%, para 27 milhões de toneladas em 2011/12, pelas projeções do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (CCIA), apresentadas na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Na safra atual, a 2010/11, a produção deve crescer 15%, após três anos consecutivos de quedas. A produção será ligeiramente superior ao consumo, alcançando 25,1 milhões de toneladas.
A alta é alimentada pelos Estados Unidos, onde a colheita será 51% maior e alcançará 4 milhões de toneladas. Mas a produção deverá cair 5%, para 6,5 milhões de toneladas na China. A produção do Paquistão também declinará 9% , para 1,8 milhão de toneladas.
As plantações de algodão no Hemisfério Sul, incluindo o Brasil, deverão bater recorde de 3,1 milhões de toneladas, mas a colheita não ocorrerá antes de março de 2011 e o algodão só poderá ser exportado no segundo trimestre.
As circunstâncias "excepcionais" que causaram queda nas colheitas e restrição à exportação, como na Índia, fizeram o preço do algodão bater recorde histórico. As cotações futuras elevadas impedem o pagamento de subsídios para produtores em países desenvolvidos.
O índice de preços do CCIA dobrou entre agosto e meados de novembro, diante das dificuldades de abastecimento e do enfraquecimento do dólar. Depois, o índice ligeiramente quando a China anunciou aperto na política monetária. A volatilidade do índice é a mais elevada desde que foi publicado pela primeira vez nos anos 60.
Diante desse quadro, o crescimento do consumo industrial mundial de algodão será de apenas 0,4%. . A participação da commodity no consumo mundial de fibras deve continuar a diminuir, num ritmo mais rápido que nos anos anteriores. Quanto ao comércio mundial, poderá aumentar 8% para atingir 8,4 milhões de toneladas em 2010/11, maior volume em cinco anos.
A China deverá ser o maior importador, com 3,2 milhões de toneladas de algodão, a maior quantidade dos últimos tempos, provenientes principalmente dos EUA. As exportações americanas poderão alcançar 3,4 milhões, aumento de 31%. A fatia dos produtores americanos nas exportações mundiais passará de 34% para 41%.
Veículo: Valor Econômico