Na estratégia de liquidação das grandes redes de varejo da capital, os eletroeletrônicos ganham destaque para fisgar o consumidor.E, quanto mais alarde na promoção, melhor.
Nas Casas Bahia da rua Teodoro Sampaio (zona oeste de São Paulo), onde há grande número de lojas e de pedestres, a TV de LED (que é mais fina e tem alta tecnologia) de 40 polegadas exibia ontem o clipe de uma banda no último volume, bem perto da calçada.Era até difícil ouvir a explicação do atendente.
O aparelho era vendido a R$ 2.399, preço 8% menor que o cobrado no Natal, embora a rede anuncie descontos bem maiores, de até 70%, em outros produtos.
No Carrefour do shopping Butantã, também na zona oeste da cidade, o casal Leandro Miranda e Vanessa Oda comprou ontem uma TV de LED de R$ 1.999, com desconto de 30%.
E, na mesma loja, Reinaldo Schumann, analista de sistemas, confessou, enquanto contemplava um "home theater" de R$ 299 -40% mais barato que o normal-: "Precisar, mesmo, eu não preciso".As redes ressaltam que as promoções duram só até o fim dos estoques.
NOVA ESTRATÉGIA
Já a liquidação do Walmart no Brasil seguiu outro compasso e terminou ontem, quando a rede anunciou sua nova estratégia promocional de substituir ofertas pontuais por produtos com preços constantemente mais baixos.
E o Magazine Luiza prepara sua megapromoção de amanhã, dia 7.
Fabio Pina, assessor econômico da Fecomercio SP (Federação do Comércio de São Paulo), ressalta a obsolescência dos eletroeletrônicos como um fator que motiva a organização de liquidações, mesmo depois de um Natal gordo em vendas.
"Esses produtos se tornam ultrapassados cada vez mais rapidamente. E, com crédito na praça, as pessoas podem consumir a novidade que sempre desejaram", diz Pina.
"O lojista pode concluir que não vale a pena manter em estoque itens que, em pouco tempo, não terão mais a preferência do consumidor", completa. (CM e CF)
Veículo: Folha de S.Paulo