Inflação sobre itens do verão pesa menos

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A tradicional cervejinha que alivia a quentura do verão está com preço mais amargo. A bebida encerrou 2010 com reajuste de 5,93% no valor quando consumida fora de casa, mas atenua o fato de que a alta foi abaixo da inflação na região metropolitana de São Paulo, de 7,12% durante o ano passado, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

 

Os consumidores que comprarem o produto nos supermercados sentirão menos o impacto da inflação, visto que nesses estabelecimentos a variação anual foi de 1,44%. A cerveja encareceu a partir de outubro, depois de leve recuo nos preços nos meses após a Copa do Mundo.

 

Entre as bebidas não alcoólicas, os valores do refrigerante e da água mineral saltaram tanto nos supermercados quanto nos bares, com reajustes de 8,53% e 7,68%, respectivamente. Só o valor do suco de frutas ficou praticamente estável nas prateleiras, com variação de 0,88%.

 

"Fora o aumento pontual nos preços devido à chegada da estação quente, o aumento na renda da população também influencia, pois muitas famílias que não consumiam essas bebidas agora fazem isso regularmente", observa o assistente de coordenação do IPC-USCS (Índice de Preços ao Consumidor da Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Lúcio Flávio Dantas.

 

Números do INPC - que abrange famílias com renda de um a seis salários-mínimos - verificados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também apontam que os pescados e crustáceos estão mais salgados nesta estação. Na região metropolitana paulista, o reajuste na pescada ficou acima da inflação: 9,82% mais caro. No País o aumento foi bem superior, chegando a 17,35%. O impacto foi mais visível nos valores dos crustáceos caranguejo (18,33%) e camarão (15,48%).

 

Segundo Dantas, as chuvas que acometeram o Rio Grande do Norte no ano passado impactaram a criação em cativeiro do camarão. Além dos problemas no Estado, que é o maior produtor nacional do produto, a pesca em mar aberto não tem sido satisfatória.

 

"Em relação aos peixes, o consumo está acima da capacidade de produção do País, por isso é preciso importar produto de outras localidades, tornando-o mais caro para o consumidor."

 

Na região, o IPC-USCS encerrou o ano com 6,30% de alta em relação a 2009. Mas o grupo alimentação, que pesa mais no orçamento das famílias, ficou em 10,43%. O economista crê que neste ano os preços dos alimentos e bebidas vão continuar subindo, mas em ritmo menor.

 

QUEDAS

 

Os únicos itens que pouparam o bolso do consumidor foram o sorvete e a polpa de açaí, alimentos bastante consumidos nesta época do ano. No INPC nacional, o gelado recuou 2,12% nos últimos 12 meses, enquanto a polpa do açaí acumula retração de 1,18% no período.

 


Veículo: Diário do Grande ABC


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