Tendo em vista o aumento da renda da população e o conseqüente crescimento do consumo por parte das pessoas pertencentes às classes C e D no país, além das perspectivas de manutenção da economia ao longo de 2011, as redes supermercadistas mineiras estão realizando investimentos para atender à crescente demanda por parte do novo perfil de consumidor. Conforme representantes das redes do Estado, os aportes foram ou estão sendo realizados na ampliação das instalações e na diversificação do mix de produtos.
A rede de supermercados Coelho Diniz, sediada em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, por exemplo, precisou realizar inversões em todas as nove lojas que possui na região, além de ampliar o mix de produtos em 30%. De acordo com o proprietário, Ercílio Diniz Filho, os investimentos, que somaram mais de R$ 10 milhões foram realizados ao longo dos últimos dois anos.
"À medida que fomos percebendo o aumento da demanda por parte das classes C e D, começamos a direcionar nossos investimentos e produtos a eles, de forma que aproveitássemos o bom momento do consumo. A maior parte das reformas foi realizada nos setores de refrigeração, hortifrútis e açougue. Com maior poder de compra, eles passaram a consumir mais estes itens", explicou.
Antes mesmo do aumento da renda desses consumidores, a rede já atendia a diferentes públicos das diversas classes sociais. No entanto, Diniz Filho afirmou que como forma de aproveitar o avanço no consumo por parte das classes mais baixas, a empresa investiu também no aumento do mix de produtos. "Passamos de aproximadamente 8,5 mil itens para mais de 12 mil", disse.
Diversificação - Já o proprietário da rede de supermercados Candidés, Gilson Teodoro Amaral, com três lojas em Divinópolis, região Centro-Oeste do Estado, explicou que as lojas da rede são bastante diversificadas, sendo cada uma responsável por atender, em maior escala, um público diferente. "Em uma delas focamos o público A e B, na outra a classe média; e na terceira, as demais", destacou.
Porém, segundo ele, está havendo o aumento na procura por itens específicos em todas as lojas, por parte dos consumidores pertencentes às classes C e D. Foi então, que a empresa optou por investir em uma maior diversificação dos itens, disponibilizando várias marcas e produtos em todas as lojas.
"Tivemos que dar uma atenção especial aos refrigerados, aos embutidos e, principalmente, às bebidas. Além disso, antes, notávamos uma grande diversificação na procura pelas marcas dos produtos. Hoje, já há uma concentração naquelas mais famosas e de maior valor agregado", explicou.
Conforme Amaral, atualmente a rede vende cerca de 10 mil itens, volume 10% superior à quantidade comercializada antes do aumento da massa salarial no país. Juntas, as classes C e D respondem por cerca de 55% do volume de vendas da rede Candidés. "Em termos de rentabilidade, a loja voltada para o público A ainda é maior. Mas quando se trata de volume, temos uma maior participação dos novos consumidores", disse.
Da mesma forma, o Comércio e Distribuição Sales Ltda (Supermercado Sales), com sede em Barbacena, no Campos das Vertentes, e com 13 lojas espalhadas por Minas Gerais, a maioria na Zona da Mata, também tem investido na ampliação e diversificação do mix de mercadorias para atrair e atender às chamadas classes emergentes.
De acordo com o gerente da rede, Peterson Willian, apesar de a maioria dos clientes pertencerem às classes B e C, com pessoas ávidas por produtos com maior valor agregado, a empresa também tem apostado na diversificação do mix de produtos, já que os clientes vindos das classes C e D, tendem a consumir estes mesmos itens.
"Com o aumento da massa salarial, estas pessoas têm buscado, justamente, os produtos com maior valor agregado. Por isso, a rede está investindo na diversificação dos itens, como forma de atender também, a demanda vinda deles", justificou sem, no entanto, revelar o volume de mercadorias comercializadas pela rede.
Veículo: Diário do Comércio - MG