Varejistas temem recuo dos itens importados

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O varejo têxtil brasileiro terá sérios problemas se forem adotadas medidas de contenção das importações no setor. A preocupação dos associados da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), que reúne as grandes redes do varejo, é corroborada por dados divulgados na última semana pelo IBGE e que mostram o grande descompasso entre o crescimento do varejo e o da indústria nacional.

 

A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) registra a acentuada expansão do comércio varejista em geral, superior à do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa de alta do PIB em 2010 foi de 7,5%, enquanto o volume de vendas do comércio varejista ampliado acumulou avanço de 11,9% de janeiro a novembro do ano passado na comparação com igual período do ano anterior.

 

Frear o consumo é incompatível com as atuais metas de crescimento do novo governo para o país e a criação de barreiras à importação - tarifárias ou não - é um grande retrocesso para um mercado consumidor maduro e exigente como o brasileiro, já que o produto importado também ajuda na manutenção do controle da inflação no segmento, atual preocupação do governo.

 

"A solução está em criar mecanismos urgentes de apoio ao crescimento e capacitação da indústria nacional. Adotar barreiras à importação vai criar um grave problema de abastecimento, uma vez que as lojas são obrigadas a completar o mix de ofertas com produtos importados", afirma Sylvio Mandel, presidente da ABVTEX. Além disso, com a chegada do inverno, a importação é imprescindível, uma vez que a indústria nacional não tem vocação para este tipo de produto.

 

A diretoria da entidade tem alertado sobre os problemas gerados pela distância do ritmo de expansão da indústria e do varejo, bem antes do anúncio dos indicadores que atestam esta realidade. "A indústria têxtil nacional não acompanha o ritmo de expansão do mercado, ficando cada vez mais evidente que a atividade produtiva não vem cobrindo as necessidades de consumo, em especial das classes C e D, que buscam as grandes redes de magazines para adquirir peças de vestuário e acessórios de qualidade a preços compatíveis", explica.

 

O ritmo de consumo das famílias é o que determina as regras de mercado. "O consumidor é soberano. Ele quer ser plenamente atendido em termos de preço, qualidade e tamanhos. Criar barreiras às importações terá um efeito catastrófico de desabastecimento no varejo de vestuário", concluiu Mandel.

 

O varejo têxtil de grande superfície encerrou 2010 com um balanço positivo de 1.766 lojas em todo o país, com alta de 13,7% sobre as 1.553 lojas em 2009, segundo os dados da ABVTEX.

 


Veículo: Diario do Comércio - MG


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