Faturamento das padarias continua em crescimento

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Resultado ficou, mais uma vez, acima da média nacional em 2010, alta de 13,7%.


 
O setor de panificação em Minas Gerais cresceu acima da média nacional em 2010. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Tecnológico da Panificação e Confeitaria (ITPC), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), a expansão no Estado foi de 14,1% em 2010 sobre 2009. A pesquisa foi realizada com mais de 300 empresas, envolvendo lojas de vários portes e modelos. Mais uma vez, Minas ultrapassou o índice nacional, que ficou em 13,7%.

 

De acordo com o balanço, o faturamento do setor de panificação em Minas no ano passado atingiu R$ 5,63 bilhões, sendo que a produção própria das padarias foi responsável por R$ 2,76 bilhões, 49% do total. Para o presidente da Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão), Luiz Carlos Xavier Carneiro, o crescimento reflete o trabalho que tem sido feito no Estado. "As padarias estão aumentando seu faturamento porque o setor tem trabalhado para qualificar o serviço oferecido, investindo cada dia mais na qualidade, no aumento do mix e na qualificação profissional", afirmou.

 

Esse crescimento resultou também em um aumento do número de postos de trabalho gerados pelo setor, que cresceu 3,4% em 2010 em relação ao ano anterior. Dessa forma, a panificação é responsável por 75 mil empregos diretos e 180 mil indiretos somente em Minas Gerais.

 

Hoje, são cerca de 60 mil padarias em todo o Brasil, sendo que 14,6 mil estão localizadas em Minas Gerais. Em 2010, estes estabelecimentos receberam 42,25 milhões de clientes em todo o país, aumentando o fluxo em 3,52% em relação a 2009. Já em Minas, as padarias receberam 4,22 milhões de freqüentadores durante o ano de 2010. Outro fato importante é o aumento do tíquete médio, que cresceu 10,57% em relação ao ano passado.

 

Diversificação - Na padaria Pádua, com duas unidades na Capital, o tradicional pãozinho é apenas um item em meio a uma grande quantidade de produtos ofertados. De acordo com a diretora financeira, Katarina Silva Carvalho, a diversificação do mix, aliada ao aumento do poder de compra da população, impulsionou as vendas e garantiu um incremento de 35% no faturamento de 2010 frente a 2009.

 

Segundo ela, a empresa irá investir em lançamentos de novos produtos em ações de marketing e promoções ao longo de 2011 para repetir o índice de crescimento de 2010. "O começo do ano não foi muito bom, muitas pessoas estão viajando, mas vamos correr atrás de nossos clientes, buscando incrementar os negócios e registrar crescimento entre 30% e 40% em 2011 com relação ao exercício passado", observou.

 

Para Katarina Carvalho, a principal dificuldade enfrentada pela empresa é a falta de mão de obra qualificada no setor de atendimento. Opinião similar tem o sócio-proprietário da Boníssima Padaria e Delikatessen, José Batista de Oliveira, também com duas unidades em Belo Horizonte.

 

De acordo com ele, muitas das pessoas que trabalham no ramo de atendimento em padarias chegam até os estabelecimentos sem nenhuma experiência profissional. "Todo um treinamento é oferecido a esses profissionais, mas quando eles estão preparados para atuar no mercado acabam migrando para empresas de outro setor, que possuem carga horária mais leve, sem a necessidade de trabalhar aos finais de semana e feriados, e nós ficamos com os custos do investimento em treinamento", disse Oliveira. Para ele, outro gargalo enfrentado pelo setor é a alta carga tributária sobre o preço do pão e a folha de pagamento.

 

Oliveira informou que a Boníssima registrou crescimento em 2010 com relação ao exercício anterior, mas não soube precisar. Para ele, o crescimento foi fruto da melhoria no poder de compra da população, principalmente das camadas sociais de menor renda e da queda na taxa de desemprego em Belo Horizonte. "Para 2011, a expectativa é continuar crescendo", observou.

 

Segundo ele, a Boníssima não possui planos de construção de novas unidades em curto prazo. "Queremos manter as nossas unidades e sentir o mercado, se surgir uma boa oportunidade e acontecer uma melhora na oferta de mão de obra qualificada poderemos, sim, expandir", afirmou Oliveira.

 

Quem também registrou incremento em 2010 foi a tradicional Casa Bonomi, situada no bairro Funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Conforme a proprietária, Paula Bonomi, 2010 foi um ano bom. "O inverno impulsiona as vendas na Bonomi e 2010 foi de um ano de temperaturas baixas. Além disso, o horário de almoço, quando oferecemos refeições, também registrou um aumento na procura, o que favoreceu o faturamento", avaliou.

 

Para Paula Bonomi, a maior dificuldade enfrentada no setor é a falta de mão de obra qualificada para trabalhar na padaria. "São poucos os cursos que formam padeiros em Minas Gerais e os que existem não estão conseguindo formar um profissional completo, ainda faltam alguns quesitos nessa formação", disse. Para driblar o gargalo, a Bonomi treina seus profissionais diariamente em sua própria padaria.

 

A padaria Pão e Cia, situada no bairro Anchieta, na região Centro-Sul da Capital, tem registrado crescimento desde 2008. Segundo o proprietário, Heitor Valadão, em 2010 houve um incremento de 20% na receita em comparação com o exercício anterior.

 

Para ele, esse crescimento aconteceu não apenas pela tendência do mercado, mas também pela localização do empreendimento. "O Anchieta cresceu muito nos últimos anos, o que impulsionou as vendas", afirmou. Valadão acredita que o café da manhã servido na padaria é um dos diferenciais da empresa.

 

"Nos finais de semana, operamos no limite da nossa capacidade. Desde que abrimos as portas, já fizemos duas obras para aumentar o espaço de atendimento, mas agora não temos mais como expandir", informou. Conforme Valadão, as expectativas são de manter o índice de crescimento registrado em 2010 ao longo deste ano.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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