País economiza com produção nacional

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Governo passará a fabricar antirretroviral que até o ano passado era importado dos Estados Unidos. Gastos devem ser reduzidos em R$ 65 milhões. Primeiro lote sairá já no mês que vem

 

O Brasil, pioneiro na distribuição gratuita do coquetel para o tratamento de Aids, tem uma nova aposta. A partir da próxima semana, mais um medicamento, o Tenofovir, passará a ser produzido no país. O Ministério da Saúde prevê uma economia de, pelo menos, R$ 65 milhões por ano. Isso porque, com a novidade, a produção interna será responsável por 10 dos 20 antirretrovirais fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) — também utilizados no tratamento de hepatites.

 

A economia gerada é calculada sobre o preço cobrado pelo medicamento no início do projeto de produção nacional, em 2009. “Quando iniciamos, o comprimido custava R$ 6,73. Na última compra internacional do medicamento, o Brasil pagou R$ 180 milhões. Na primeira que fizemos do laboratório da Funed, desembolsamos R$ 115 milhões”, explicou o secretário substituto de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Zich Moysés. O valor atual do comprimido é R$ 4,02, mas há um compromisso de reduzir o custo para R$ 3,06. Até 2014, espera-se uma economia em torno de R$ 410 milhões.

 

Mais importante que o alívio nos cofres públicos é o estímulo à redução dos preços, segundo Moysés. “A grande vantagem da produção nacional, além de internalizar a tecnologia, aumenta a competitividade do setor”, ressaltou. Outra vantagem, segundo o diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, é a possibilidade da importação da produção de outros medicamentos. “A fabricação nacional facilita o processo de acesso universal aos medicamentos”, disse.

 

Distribuição

 

A produção interna do Tenofovir é apoiada, também, por entidades da sociedade civil. Segundo a coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual e advogada da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), Renata Reis, o tratamento de portadores da Aids ou hepatites torna-se mais viável à medida que a indústria nacional assume a fabricação de cada um dos medicamentos. “A grande bandeira é manter o programa da melhor forma, sem abuso das empresas farmacêuticas”, destaca.

 

Até o momento, o Tenofovir era importado pelo Brasil do laboratório americano Gilead. A fabricação, agora, é responsabilidade da Fundação Ezequiel Dias (Funed), do governo de Minas Gerais. A produção inicial será de nove milhões de comprimidos, que devem estar disponíveis em março, mas a expectativa é que 36 milhões sejam entregues ao Ministério da Saúde ao longo do ano.

 

Veículo: Correio Braziliense


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