Terceirização dá retorno apenas em áreas de apoio

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Atividade-fim da empresa não deve ser envolvida.

 

Muitas empresas, ao contratarem mão-de-obra terceirizada, ainda cometem erros repetidos. Esse tipo de problema acontece porque elas não se conhecem enquanto negócios que são. Palavras como valores, meta e foco não têm significado claro o suficiente para balizar a incorporação dessa ferramenta de gestão que apareceu na década de 80 como promessa de solucionar todos os problemas que afligiam - e ainda afligem - o mundo corporativo. São elas: redução do custo, aumento da qualidade e energia/tempo para se concentrar na atividade-fim da organização.

 

No cenário empresarial da atualidade, pautado pela competitividade e pela necessidade de surpreender o cliente continuamente, as organizações que sabem identificar o seu negócio-fim - a sua atividade principal - estão acertando na contratação de terceirizados das áreas de apoio, aquelas que, de fato, podem ser entregues em mãos externas e mais eficientes do ponto de vista operacional. No entanto, as regras desse jogo estão mudando consideravelmente, de forma que as partes envolvidas tenham a segurança necessária.

 

De acordo com a professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMinas), Vanda Cristina Rocha Venceslau, a prática da terceirização está mudando para se adequar às demandas do mercado. A começar pelo nome terceirizado, substituído para "parceiro estratégico". "Hoje nem chamamos mais de terceirização. Há uma forma que tem crescido no ambiente corporativo sobretudo em relação aos cargos de chefias medianas e nível gerencial de áreas que não são parte do negócio-fim da empresa, por meio de pessoas jurídicas", destacou.

 

O aumento da demanda por profissionais terceirizados no mercado brasileiro é apenas um dos aspectos a serem considerados quando se trata da eficácia da ferramenta de gestão. O movimento que começou localizado em setores considerados de apoio pelas empresas foi incorporado também a outras áreas, como a gestão por exemplo o que tem motivado a definição de novas regras para os contratos de trabalho e, também, para as relações entre companhias e seus fornecedores externos.

 

Comprometimento - As experiências anteriores demonstraram que a redução de custos a partir da contratação de terceirizados não se configura como um ganho forte o suficiente para eliminar a importância de ter pessoas comprometidas e responsáveis pelo negócio. A professora lembrou que ficou para trás o tempo das sub-contratações que não continham qualquer mecanismo de avaliação e medição dos serviços prestados. "Muitas empresas estão voltando atrás e trazendo para dentro de sua sede atividades que não poderiam ter sido repassadas para outra organização, principalmente no que se refere à falta de controle", apontou.

 

Em resposta a esse gargalo, as organizações estão reavaliando o uso da ferramenta terceirização de forma ampla. As contratações são baseadas em metas a atingir, resultados alcançados, qualidade e, ainda, atividades bem definidas a executar e a validade ou renovação das negociações depende de parâmetros visíveis e paupáveis, ou seja, do aumento do faturamento, por exemplo. Na prática, o "parceiro estratégico" é parte do negócio da contratante e começa a ser tratado como tal, com sua cota de comprometimento e de responsabilidade em relação ao produto/serviço final.

 

No entanto, a satisfação para o cliente é responsabilidade da contratante. "O cliente não quer saber se há terceiros ou quarteirizados envolvidos no processo produtivo", afirmou. Vânia Venceslau ressaltou que a terceirização já não comporta mais o amadorismo da gestão.  por isso que as empresas que utilizam essa ferramenta têm procurado interferir nos processos utilizados pelos contratados e até mesmo otimizá-los. Há casos de auditorias também. Na prática, as contratantes se resguardam de problemas evitáveis desde que tenham um acompanhamento específico. "Terceirizar não é delegar", avaliou.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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