De filme a Twitter, as táticas da Mattel para reabilitar Ken

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Barbie Millicent Roberts se apaixonou por Ken Carson. De novo. O mais famoso casal de plástico do mundo deverá se reencontrar hoje - Dia dos Namorados nos Estados Unidos. O retorno não será um evento qualquer para Ken, que mergulhou no ocaso depois que Barbie o deixou em 2004, encerrando um relacionamento de 43 anos. O rompimento, descrito à época num comunicado de imprensa da Mattel como a "separação do milênio", remeteu Ken ainda mais profundamente à sombra dos 30 centímetros da Barbie.

 

A rejeição não foi recebida como uma surpresa pelos fãs de Ken. Ao longo das décadas ele não foi pouco mais do que um acessório, como mais uma das reluzentes tiaras da Barbie. A Mattel até chegou a se referir a ele como "mero acompanhante". Então, em 2004, Ken desapareceu.

 

Mas assim como o filme "Pulp Fiction" fez com John Travolta, a participação de Ken em "Toy Story 3" o reabilitou à condição de ícone da cultura pop. O título da Walt Disney - Pixar foi o filme com o maior receita do mundo em 2010, de US$ 1,06 bilhão, e obteve uma indicação para o Oscar de Melhor Filme. Ken, que fará 50 anos em março, agora tem a sua própria página no Facebook e no Twitter. Em janeiro, o site Hulu.com começou a transmitir um reality show em estilo solteirão chamado "Ken genuíno": a busca pelo notável namorado americano.

 

Irradiando confiança após sua estreia na tela grande, Ken reconquistou a sua ex com declarações de amor em outdoors nas grandes cidades e anúncios no US Weekly. Uma mensagem: "podemos ser de plástico, mas nosso amor é real".

 

 

Remodelaram sua imagem, conferindo a Ken uma nova aparência "Justin Bieberesca", com cabelos soltos, jeans apertados e camisetas estampadas. "Suavizaram a aparência dele um pouquinho, mas ele continua bonitão como sempre", diz Sandi Holder, especialista em Barbie de Union City, Califórnia, que já leiloou um dos bonecos por US$ 27 mil.

 

O retorno de Ken foi planejado por anos e veio após uma reestruturação na maior grife de brinquedo do mundo - a Barbie vende mais do que US$ 1 bilhão ao ano - que começou em 2008, quando Richard Dickson assumiu o controle de um negócio em declínio. Em meio à concorrência de marcas iniciantes como as bonecas Bratz, da MGA Entertainment, a unidade da Barbie havia perdido cerca de um quarto da sua receita desde 2002. "Muitas pessoas diziam, 'você tem certeza de que quer se meter nessa confusão?'" diz Dickson, que antes havia dirigido a divisão de produtos de consumo da Mattel.

 

O novo guardião do "primeiro casal" da Toyland (Terra dos Brinquedos) foi menos protetor da imagem da marca. "Demos permissão às pessoas para brincarem com a nossa marca, para se divertirem", na esperança de que isso a tornasse culturalmente relevante de novo, diz Dickson, que deixou a Mattel há um ano para trabalhar no The Jones Group. Sob sua supervisão, a Mattel deu o sinal verde para a aparição da dupla no "Toy Story 3". A Mattel deu liberdade aos produtores para caracterizarem Ken, que teve a voz de Michael Keaton, e aparece como um metrossexual fútil vestindo estampa de leopardo. Em uma cena, Ken chora: "Não sou um brinquedo de menina". Diz Dickson: "Debochar do ruído cultural de Ken é parte da graça. Se você está comentando isso... é porque estamos fazendo o nosso trabalho".

 

As mudanças que Dickson desencadeou impulsionaram as vendas da marca, que subiram 6,8%, para US$ 1,25 bilhão em 2010, e poderão aumentar 4% este ano, segundo o analista Robert Carroll do UBS Securities. "A Barbie retomou a sua trajetória", ele diz. As vendas de bonecos Ken também dispararam, diz Stephanie Cota, que substituiu Dickson como responsável pela Barbie, sem revelar cifras. Apesar do papel de Ken no filme e das crescentes legiões de seguidores no Twitter, seu futuro depende, como sempre, da mulher que ele ama. Diz Cota: "Ele continuará em evidência "a menos que faça algo que realmente aborreça a Barbie."

 

Veículo: Valor Econômico


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