Varejo de dois dígitos

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O varejo brasileiro contabilizou, em 2010, o maior volume de vendas anuais já registrado pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, o setor cresceu 10,9% ante 2009. O índice reflete a consolidação da recuperação da economia no ano passado, comentou o economista da coordenação de serviços e comércio da instituição, Reinaldo Pereira.

 

Na mesma base de comparação, a receita nominal do comércio aumentou 14,5%. O volume de vendas é mais importante, explicou o economista, porque dá noção da quantidade transacionada, sem os efeitos da variação de preços a que está sujeita a receita nominal.

 

Pereira destacou, entre os impactos positivos para o desempenho anual do varejo em 2010, o crescimento dos segmentos de hipermercados e de móveis – duas das oito atividades pesquisadas – com expansão de 9% e 18,3%, respectivamente, no volume de vendas (confira crescimento dos oito segmentos nos textos ao longo da página).

 

O desempenho nacional por  atividades também serve de parâmetro para o varejo paulista. Os índices são semelhantes para a maioria dos segmentos, refletindo, conforme explica Pereira, o grande peso do comércio local na composição da PMC Brasil de 10,9%. A diferença mais marcante aparece na atividade formada por livros, jornais, revistas e papelaria, com volume de vendas nacional de 12%, ante 18,5% de São Paulo.

 

O coordenador de serviços e comércio do IBGE analisa que o estado paulista foi beneficiado pelo mesmo conjunto de variáveis que influenciou positivamente o crescimento nacional do varejo. O aumento da renda do trabalhador; a redução do desemprego; o aumento da massa salarial e da oferta de crédito são alguns dos efeitos positivos apontados por ele.

 

O estudo também dimensiona o chamado comércio varejista ampliado, com acréscimo dos segmentos de material de construção e de veículos e motos.

 

A leitura pontual da última PMC de 2010 mostra que as vendas de dezembro permaneceram estáveis na comparação com o mês anterior com ajuste sazonal, com taxas de variação de 0% para o volume de vendas e de 1% para a receita nominal. Sem o ajuste sazonal, o volume de vendas cresceu 10,1% ante dezembro de 2009. Sob a mesma base de comparação, a receita nominal saltou 15,6%.

 

Hipermercados

 

O segmento, que também inclui supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 9% no volume de vendas em 2010, ante 2009, e respondeu por 39,9% da taxa anual do varejo registrada pela Pesquisa Mensal do Comércio. O desempenho, de acordo com o IBGE, dá a esse conjunto de atividades o status de principal impacto no resultado anual do comércio brasileiro.

 

A performance, conforme justifica o estudo, reflete, principalmente, o aumento do poder de compra da população, decorrente do aumento da massa de salário da economia (obtida pela melhora de renda e do emprego) e da expansão do crédito, conforme revelado pelos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE e das Operações de Crédito do Sistema Financeiro registradas pelo Banco Central do Brasil.

 

Móveis

 

O comércio de móveis e eletrodomésticos é apontado como o segundo maior destaque positivo para o desempenho anual do varejo no ano passado. O segmento contabilizou crescimento de 18,3% no volume anual de vendas de 2010, na comparação com o desempenho do ano anterior, e respondeu por 27,2% da taxa anual. O estudo do IBGE aponta que o desempenho do segmento decorreu não só de fatores econômicos, como a recuperação do crédito e a manutenção do crescimento do emprego e do rendimento, como também da estabilidade de preços, principalmente no que tange aos eletrodomésticos.

 

Uso pessoal

 

A categoria de artigos de uso pessoal e doméstico contempla segmentos de negócio como ópticas, lojas de departamento, joalheria, artigos esportivos e brinquedos. Juntos, eles responderam por 7,4% da taxa global, com variação no volume de vendas de 8,8%.

 

Combustíveis

 

A variação acumulada de 6,6% nas vendas de 2010 deu aos combustíveis e lubrificantes a sexta posição entre as atividades com maior impacto na taxa nacional. Pesaram a favor o crescimento da frota e os preços estáveis no setor, aponta o estudo do IBGE.

 

Equipamentos

 

Os materiais e equipamentos para escritório, informática e comunicação registraram salto de 24,1% no volume de vendas do ano passado e sétima melhor contribuição no resultado global do varejo. Destaque para a queda de preços dos produtos de informática.

 

Farmacêuticos

 

O grupo de atividades engloba os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria. Quinta maior contribuição para o bom desempenho anual (6,5%), o segmento cresceu 11,9% em 2010.

 

Tecidos

 

O comércio de tecidos, vestuário e calçados, quarta maior contribuição ao resultado nacional, cresceu 10,7% no volume de vendas anual e respondeu por 7,4% do desempenho brasileiro do varejo no ano passado.

 

Livros

 

O segmento que abrange os livros, jornais, revistas e papelarias, oitavo melhor impacto no desempenho do varejo brasileiro, registrou crescimento de 12% no volume de vendas de 2010 ante o acumulado no ano anterior.

 


Veículo: Diário do Comércio - SP
 


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