Indústria aumenta preços e sofistica linhas de produtos

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O faturamento da indústria cresceu acima do ritmo da produção nos últimos meses. Enquanto a produção ficou praticamente estagnada no segundo semestre do ano passado, as vendas da indústria cresceram 7,7%, em valores, na comparação entre junho e dezembro, com ajuste sazonal, segundo estudo da Rosenberg & Associados. O faturamento real, que desconta a inflação, subiu 4,5%.

 

Alta da cotação de commodities, reajustes de preços em alguns setores e mudança do mix de produção para bens de maior valor são alguns dos motivos que explicam a disparidade, acredita a economista-chefe da Rosenberg, Thaís Marzola Zara. O aquecimento da economia, num quadro de elevação do custo de insumos importantes, foi decisivo para esse movimento. Entre os setores que têm maior peso na produção da indústria, Thaís destaca os de veículos, produtos químicos, máquinas e equipamentos, celulose e papel.

 

O faturamento nominal no setor de veículos subiu 12,6% no segundo semestre, feito o ajuste sazonal, enquanto a produção aumentou 5%. Nesse setor, a alta do faturamento reflete mais o crescimento da participação de produtos mais caros, acredita Thaís. Esse movimento teria mais peso do que o reajuste de preços - no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o item automóvel novo caiu 1,03%. Os carros 1.0 têm perdido algum espaço na produção das montadoras. Além disso, boa parte dos veículos populares incluem vários acessórios.

 

Setores de commodities também registraram uma alta forte do faturamento na segunda metade do ano passado. Na área de celulose e papel, as vendas nominais cresceram 14,2% no período, feito o ajuste sazonal, enquanto a produção aumentou 2% na comparação entre junho e dezembro. Nesse caso, a elevação de preços no mercado internacional ajudou a jogar as cotações para cima, diz Thaís.

 

O economista Sílvio Sales, consultor da Fundação Getulio Vargas (FGV), acredita que essa diversificação de produtos, em direção a itens mais sofisticados, é o fator mais importante para explicar o aumento mais forte do faturamento do que da produção. Aumentos de preços e ajuste de estoques em setores localizados também têm papel nesse processo, diz ele.

 

Veículo: Valor Econômico


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