Liquidações enfrentam tendência inflacionária

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Apesar de contribuir com apenas 5,2% no IPC da Fipe, grupo de vestuário deve ser o único a ter variação negativa de preços neste mês

 

A temporada de liquidação de itens de vestuário iniciada neste mês, com descontos de até 70% no preço à vista, deve colocar um pouco de água na fervura dos índices de inflação, mas ainda será insuficiente para reverter a escalada do custo de vida.


 
Gastos com habitação, alimentação, transportes e despesas pessoais respondem por mais de 80% dos índices de preços no varejo. Já o vestuário pesa apenas 5,2% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC)da Fipe, por exemplo.

 

Para este mês, a Fipe projeta uma inflação geral de 0,60%, e o único grupo que deve apresentar variação negativa é o vestuário (-0,20%), prevê o coordenador do índice, Antonio Comune. Na primeira quadrissemana deste mês, o grupo vestuário subiu 0,15%, mas os preços das roupas femininas e de criança já tiveram deflações de -0,29% e -0,28%, respectivamente, em resposta às liquidações.

 

A rede de lojas Alô Bebê, por exemplo, iniciou na semana passada uma liquidação com descontos de 40% para confecções e 30% para calçados. "Se conseguirmos repetir o desempenho do ano passado, estará de bom tamanho", afirma o diretor da rede, Milton Bueno. Depois do aperto no crédito dado pelo governo nos últimos meses, com o aumento do compulsório dos bancos e a elevação dos juros, há receio de que as vendas possam ser afetadas negativamente.

 

No Grupo AFeet, especializado em calçados esportivos, com 138 lojas espalhadas pelo País, a liquidação deste ano está mais agressiva. Em 2010, o desconto médio era de 35%. Neste ano está em 50%, conta o gerente de Marketing do Grupo, Nelson Valente Filho.

 

"O Natal foi muito bom, mas o movimento caiu um pouco em janeiro por causa das férias", diz ele. Além disso, o gerente observa que hoje há muita competição no varejo, não só entre as lojas que vendem o mesmo tipo de produto. "Concorro com as Casas Bahia e o Ponto Frio, que vendem eletroeletrônicos."

 

Para o diretor da Associação de Lojistas de Shoppings, Luís Augusto Ildefonso da Silva, as liquidações deste início de ano estão sendo motivadas muito mais pela necessidade de manter o ritmo de vendas e o fluxo de capital de giro dos lojistas e muito menos para desovar as sobras de produtos da antiga coleção.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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