Padeiros, confeiteiros, chapeiros, pizzaiolos e atendentes. Essas são algumas das vagas oferecidas pelas padarias do Grande ABC. Existem cerca de 3.000 postos de trabalho abertos para profissionais da área, segundo estimativa do Sipan (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André). Mesmo com tantas oportunidades, as padarias da região e do País encontram dificuldade em preenchê-las, já que falta mão de obra especializada.
"Não é fácil contratar profissionais do setor entre as sete cidades. A concorrência entre os estabelecimentos é muito grande. Quem está empregado e tem experiência acaba tendo muitas ofertas de trabalho", explica o presidente do Sipan, Antonio Carlos Henriques.
Hoje, aproximadamente 900 estabelecimentos estão em funcionamento na região. Eles são responsáveis por 15 mil empregos diretos e 50 mil indiretos.
Henriques explica que a falta desses profissionais é reflexo de um novo conceito. "De dez anos para cá, muita coisa mudou. As pessoas deixaram de ir à padaria apenas para comprar pão. Agora as famílias fazem refeições no local, amigos se reúnem para comer pizza e tomar vinho. Os estabelecimentos são espaços que oferecem diversos serviços, atrelados ao lado gourmet", contextualiza.
Na região, o piso salarial é de R$ 751,99. "Mas é bom deixar claro que esses profissionais, depois de adquirirem experiência, chegam a ganhar em média R$ 3.000 como é o caso de um bom confeiteiro", pontua o presidente.
CASES - Repor funcionários é uma das principais dificuldades da Indústria de Panificação Elizabeth, de Diadema. O gerente de vendas Marcos Barros conta que muitas vezes, os próprios ajudantes assumem os postos vagos. "É difícil encontrar um bom padeiro, ainda mais, com experiência para produzir os 6.000 pães de hot-dog por dia, o nosso carro chefe."
Para suprir a carência de mão de obra, a rede de padarias Brasileira, com matriz em Santo André, tem investido no treinamento dos funcionários. "Ao capacitar os candidatos conseguimos explicar a características dos nossos produtos. Mesmo oferecendo treinamento, muitas vezes levamos meses para contratar um funcionário", afirma Helle Nice Afonso da Silva, gerente de Recursos Humanos da companhia.
Veículo: Diário do Grande ABC