Venda de esmalte sobe 23% e ranking muda

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As líderes Risqué e Colorama perdem mercado e Impala cresce em período de gargalos no setor

 

A febre dos esmaltes no ano passado, com expansão de 37% no faturamento do setor e alta de 23% no volume vendido, acompanhou uma disputa mais pesada no segmento. Empresas líderes perderam terreno no mercado. A Risqué, controlada pela Hypermarcas e a marca que mais vende há anos, assim como a vice-líder Colorama, da L'Oréal, encolheram em 2010. A Impala, do grupo Mundial, ampliou a participação quase na mesma medida da perda das rivais, segundo dados da consultoria Nielsen obtidos pelo Valor.

 

De acordo com os números, a Risqué registrou queda de participação, de 41,6% para 38,1% no ano passado (em valor). Em volume, o índice passou de 35,8% para 33,9%.

 

O varejo de esmaltes vendeu cerca de 600 milhões de vidrinhos em 2010 e faturou R$ 800 milhões, segundo a Nielsen.

 

Em relação à Colorama, a marca perdeu terreno no volume comercializado (caiu de 29,4% para 28,5% entre 2009 e 2010), mas ganhou tímida participação em valor vendido (30,3% para 30,5%). As quedas de Risqué e Colorama foram graduais e ao longo do segundo semestre do ano. Procuradas, as empresas não se manifestaram sobre o assunto.

 

A falta de matéria-prima no mercado pode ter contribuído para essa movimentação. Diversas marcas sentiram atraso na entrega de vidrinhos e tampas de esmaltes em 2010 por conta da dificuldade de fornecedores locais em atender pedidos. "Muita gente teve problemas para vender. Nós só nos reorganizamos mesmo neste mês", conta Marcelo Nogueira, da agência Extreme Global Licensing, que licencia a marca Ana Hickmann.

 

Quem conseguiu caminhos alternativos, como importação de embalagens, saiu ganhando. A Impala, que fechou diversos contratos para trazer vidrinhos da Índia para dar conta das encomendas, passou de uma participação (em volume e em valor) de 10,9% para 13,8% no período. Essa evolução de 2.9 pontos é quase a mesma taxa perdida por Risqué e Colorama em volume comercializado.

 

A Impala acredita que os ganhos de participação são explicados pela postura mais agressiva da marca, algo mais evidente após a aquisição da empresa pela Mundial, em 2008. "Fechamos parcerias que nunca havíamos feito, entramos em promoções com outras empresas parceiras, no modelo 'leve e ganhe', e acho que acertamos mais nos lançamentos", diz a diretora de marketing da Impala, Luciana Marsicano.

 

Segmento sensível às variações de preços, com forte tendência às mudanças de participação em casos de guerra de preços, os esmaltes ficaram mais caros no Brasil em 2010. Esse é um sinal de que não se "comprou mercado". Segundo o IPCA, do IBGE, houve elevação de 13,83% nos preços no segmento de "produtos para unhas". A inflação do IPCA foi de 5,91% no ano.

 

Para especialistas, além das questões operacionais - como o gargalo gerado com a falta de insumos - a baixa fidelidade às marcas e o fato de as marcas copiarem as cores dos concorrentes, só aceleram a competição.

 

"Existem poucas características que distinguem as marcas, talvez apenas cheiro e a secagem rápida. Até mesmo o recurso da celebridade na propaganda todas já usam", diz José Roberto Martins, sócio da GlobalBrands.

 

Veículo: Valor Econômico


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