Cooperativas catarinenses vislumbram desaceleração

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O presidente da Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc) não acredita que as cooperativas agrícolas, que formam a maior parte do sistema cooperativista em Santa Catarina, sofrerão com a crise neste fim de ano, mas teme os efeitos em 2009. 

 

Segundo Marcos Zordan, os resultados não serão afetados em 2008 porque a maior parte das cooperativas vende produção para a Coopercentral Aurora, que não reduziu suas compras, e há impacto positivo do 13º salário na economia, podendo o setor alimentício também ser beneficiado com a retração do crédito para compra de outros bens pelo consumidor, como carros e eletrodomésticos. 

 

"As pessoas ainda não sentiram muito os efeitos da crise. E pode ser bom para as vendas do setor alimentício o corte de crédito em outras áreas", diz Zordan. 

 

Ele estima que o faturamento das cooperativas cresça em torno de 25% neste ano em relação a 2007 e desacelere para um crescimento de, no máximo, 20% em 2009. O faturamento desse segmento em 2007 somou R$ 5,9 bilhões em Santa Catarina. Todo o setor cooperativista do Estado faturou R$ 9,1 bilhões. "Ano que vem não será um período tão bom para as cooperativas agropecuárias porque existe um plantio com custo elevado já neste ano e uma tendência de queda maior nos preços das commodities", disse. 

 

Segundo Zordan, que também é diretor de agropecuária da Aurora, a cooperativa deverá reduzir o alojamento de frangos para reduzir a produção em 2009 por conta da previsão de queda de demanda, especialmente na Europa. 

 

Em suínos, a Aurora deve permanecer com o mesmo volume. Neste segmento, há falta de animais devido ao embargo russo - que levou à migração de produtores para outras atividades - e à maior fiscalização das licenças ambientais. Como alternativa, o setor em geral está reduzindo o tempo de abate do suíno. Ele explica que os suínos antes eram abatidos com 115 quilos a 120 quilos e, agora, estão sendo abatidos com 100 quilos para normalizar a oferta. 

 

Zordan diz que diante da crise, a Aurora tem tentado negociar com seus compradores para que aceitem cartas de crédito. "Assim é possível exportar para as empresas que têm confiança no seu fornecedor. Muitas estão aceitando cartas de crédito. Outras estão preferindo aguardar melhora de cenário". 

 

Apesar da conjuntura mais tumultuada, a Aurora não deverá sofrer fortes impactos da crise porque está pouco exposta à demanda do exterior, segundo Zordan. Atualmente, a cooperativa exporta 20% da sua produção total e, na sua avaliação, em caso de recuo forte de demanda, tem como opção o redirecionamento da produção para o mercado interno, ainda que com isso poderá pressionar os preços para baixo e a lucratividade. 

 

A Aurora não programa férias coletivas além do habitual no fim do ano. "Geralmente, a Aurora pára um frigorífico, direciona a produção deste para outros, para dar férias coletivas nesta planta. E assim faz um revezamento entre as diferentes plantas. Neste ano deverá ocorrer o mesmo", disse. 

 

Veículos: Valor Econômico


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