Suposto cartel no caso do papel higiênico é arquivado

Leia em 2min 10s

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu ontem arquivar o processo administrativo que investigava a possibilidade de formação de cartel (não de preço, mas de apresentação de produto) entre três empresas produtoras de papel higiênico. O relator Vinicius Carvalho entendeu que, ao contrário dos indícios iniciais, as empresas não acertaram a redução da quantidade de papel no rolo de 40 metros para 30 metros, mas sim, que esta foi uma decisão da empresa líder do mercado, a Klabin, que foi seguida pelas demais: Santher e Melhoramentos.

 

A denúncia de possibilidade de formação de cartel foi deflagrada em 2001. Na ocasião, houve verificação de uma redução da quantia de papel ofertada em 25%, mas sem a diminuição dos preços para o consumidor final. Em outubro daquele ano, o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) abriu uma averiguação preliminar para aprofundar o tema.

 

Chamada a dar explicações, a Klabin informou que fez investimentos em novas tecnologias, o que levou a criação de um novo produto: um papel de melhor qualidade e mais espesso, que, por conta disso, não teria o mesmo diâmetro dos demais produtos e, assim, teria dificuldade de ser acondicionado no mesmo rolo que tem a dimensão determinada para todo o País. Para isso, a saída seria a redução da quantidade de papel.

 

Após a mudança, as concorrentes Santher e Melhoramentos decidiram seguir a medida adotada pela empresa líder. "Ninguém contesta a conduta, mas em termos de justificativa, as requerentes apontam que apenas seguiram o líder e não que houve combinação", justificou o relator.

 

Para a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda, o timing da mudança foi simultâneo e, com base nesse argumento, sugeriu ao Cade a condenação das empresas. "É importante mencionar que as empresas questionam a tabela da Seae", disse Carvalho. A Klabin, segundo ele, entendeu que as informações não estavam corretas e apresentou documentos que provariam que a primeira mudança na empresa foi feita em 1996, passando a estender o novo padrão para o resto dos produtos em agosto de 2000.

 

Os novos modelos chegaram aos supermercados no início do ano seguinte, enquanto as demais marcas apresentaram seus produtos alterados em junho, o que demonstraria que as práticas não foram simultâneas. O relator disse que, nesses 10 anos de análise por parte do SBDC, não houve relato de outra prática anticoncorrencial.

 


Veículo: DCI


Veja também

Cade aprova fusão da Quattor com a Braskem com restrições

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem com restrições a compra da petroq...

Veja mais
Embalagem cresce 10% em 2010 e prevê alta de 2% este ano

A indústria de embalagens projeta crescimento de 2,2% para este ano, bem abaixo do obtido em 2010 de 10,13%, segu...

Veja mais
Mais roupa importada nos grandes varejistas

A importação de roupas prontas deverá representar 20% das vendas de grupos como Walmart e o P&atild...

Veja mais
Vilma planeja inversão de R$ 20 milhões em 2011

Objetivo dos aportes é implantar melhorias na unidade instalada em Contagem e promover estratégias de mark...

Veja mais
Governo apoia venda de feijão

Medida permitirá que produtores recebam preço mínimo.   O governo autorizou na terça-...

Veja mais
Café brasileiro terá mais qualidade

Instrução do Ministério da Agricultura cria normas para o novo padrão oficial de classifica&...

Veja mais
A difícil tarefa de continuar no topo

Estratégia: Unilever já sabe que o modelo "síndrome do Omo" já não funciona mais no B...

Veja mais
O bilionário dos genéricos

O empresário Carlos Sanchez, dono da EMS, da Germed Pharma e da Legrand, criou um império no setor farmac&...

Veja mais
Laranja no sertão

O ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, busca parceiros privados para cultivar frutas no Nordes...

Veja mais